segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Silenciar ou desacreditar: a situação da educação em Cuba

12 de Novembro de 2012 - 18h14

Grandes jornais divulgaram, recentemente, que segundo a Unesco “poucos países da América Latina estão a caminho para conseguir (as metas de) educação para Todos em 2015”. Com muito cuidado de não mencionar que Cuba é, entre os poucos países, o mais destacado.


cuba

Cuba tem o melhor índice educacional da América Latina, segundo a Unesco
Cuba ocupa o 16º lugar entre 120 Estados do mundo no que se refere ao chamado índice de Desenvolvimento da Educação para Todos (IDET), de acordo com um relatório recente da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) apresentado em outubro (2). Este índice combina com a taxa de escolarização primária, a taxa de alfabetização de adultos, paridade e igualdade de gênero na educação, e a taxa de frequência da escola até a quinta série.

Nesta classificação, Cuba é a primeira nação da América Latina e Caribe, e supera países ricos como Estados Unidos, Dinamarca, Austrália, Bélgica, Alemanha e Israel.

O relatório também avalia o investimento material na educação realizado Cuba: 9,3% do seu Produto Nacional Bruto, em comparação com 4,1% em média da região (3).

Estes resultados foram endossados por Herman van Hooff, diretor do Escritório de Educação da UNESCO para a América Latina e no Caribe, que elogiou a “qualidade da educação” em Cuba e o “comprometimento das autoridades com os programas nesse setor”(4) (5).

Na apresentação do relatório, realizada na capital do Chile, Martín Hopenhayn, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), disse que "se a medida fosse feita por indicadores clássicos, Cuba seria o país mais avançado e quem mais investe na educação" (6).

Mas os poucos meios internacionais que fizeram qualquer menção ao relatório da Unesco, ignoraram completamente as referências a Cuba mencionadas por altos funcionários das Nações Unidas.

Um fato inexistente

O jornal espanhol ABC, em sua edição web, estampou que, segundo a Unesco, "Poucos países da America Latina alcançarão a Educação para Todos até 2015" (7). Fez um breve relato dos graves problemas da região, mas nenhuma menção aos avanços de Cuba.

O jornal também espanhol El País se concentrou nos problemas da Espanha e a continuação afirmava que “o panorama em América Latina não é muito melhor (8). (...) Muitos países da região estão muito atrasados. Poucos estão "em bom caminho", lamenta a Unesco”. Mas esses "poucos países no caminho" não são mencionados. A razão é óbvia: seria muito difícil para a redação do El País reconhecer que Cuba - usual alvo dos seus ataques - esteja entre eles.

Outros veículos, como o portal argentino Infobae, seguiram o mesmo padrão informativo, citando os problemas globais da região, citando a existência de poucos países (que) estão no caminho certo "e ignorando absolutamente Cuba (9).

O citado Informe de Seguimento da Educação Para Todos no Mundo 2012, da Unesco, levantou questões também entre os "dissidentes" em Cuba. Poucas horas depois de sua apresentação, a famosa blogueira Yoani Sanchez publicou constantes tweets para desqualificar a Unesco (10). Segundo a atual correspondente não credenciada do jornal El País em Havana, a educação em Cuba - que é avaliada como de "qualidade" por essa instituição das Nações Unidas — é só "doutrinação ideológica".

É que, evidentemente, a educação em Cuba, desde a escola primária à universidade, é imbuída de ideias e valores hegemônicos. São os da Fraternidade, da igualdade social, da participação, do antirracismo, da solidariedade, do internacionalismo e da rebeldia anti-imperialista. Exatamente ao contrário dos outros, como competência, ou individualismo ou o culto ao êxito, eixo e centro do sistema de valores culturais e educacionais das "democracias de mercado".

Fonte: Cuba Información
Tradução: Léo Ramirez

(1) http://www.cubainformacion.tv/index.php/la-columna/223-vincenzo-basile/46188-la-unesco-cuba-y-el-silencio-de-los-medios
(2) http://unesdoc.unesco.org/images/0021/002180/218083s.pdf
(3) http://www.rebelion.org/noticia.php?id=157972
(4) http://www.diariodecuba.com/cuba/13546-la-unesco-dice-que-cuba-supera-ee-uu-en-el-indice-de-educacion-para-todos?page=1
(5) http://www.correodelorinoco.gob.ve/multipolaridad/unesco-destaca-compromiso-cuba-programas-educacionales/
(6) http://www.que.es/ultimas-noticias/internacionales/201210162016-america-latina-avanza-cobertura-pero-efe.html
(7) http://www.abc.es/agencias/noticia.asp?noticia=1272342
(8) http://sociedad.elpais.com/sociedad/2012/10/16/actualidad/1350362017_969349.html
(9) http://america.infobae.com/notas/59809-America-Latina-falla-en-su-Educacion-para-Todos.html
(10) http://www.cubainformacion.tv/index.php/la-columna/223-vincenzo-basile/46188-la-unesco-cuba-y-el-silencio-de-los-medios

Do Vermelho

José Dirceu: Não me calarei...

...e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos

novembro 12th, 2012 by mariafro

Reproduzo nota de José Dirceu, enviada por sua assessoria. Torço para que ele consiga comprovar sua inocência já que é de fato impressionante que tenha sido condenado sem uma única prova contra ele.
INJUSTA SENTENÇA
Dediquei minha vida ao Brasil, a luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputado e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.
A pena de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.
Um julgamento realizado sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa inocência.
Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.
José Dirceu
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Balanço Geral SP

As imagens impressionantes mostram a população tentando atravessar áreas alagadas. Ruas inteiras foram tomadas pela água.

Imagens AQUI