sábado, 7 de janeiro de 2012

Revista Veja planta preconceito e ódio contra nordestinos, através de seu colunista

Você já viu alguma vez na revista Veja, liberação de verbas federais para os governadores tucanos de São Paulo, ser tratada como "plantando obras em currais eleitorais do Sudeste"?

Não viu, porque esse tratamento depreciativo na revista demo-tucana paulista só é dirigido aos nordestinos, como prova o texto do colunista bufão acima.

Esse caldo de cultura preconceituoso plantado na revista é o ovo da serpente do racismo, neo-nazismo e assemelhados, que geram seus filhotes, como uma gaúcha de 18 anos, que conseguiu produzir em seu twitter, em dezembro passado, essas "pérolas" de pensamentos:

http://www.supernoite.com.br/det_noticias.php?id_not=2071

Nada que 1 a 3 anos de prisão não resolva (apesar dela acreditar na impunidade da cesta básica), para a moça ter bastante tempo para refletir em sua cela. Mas a questão maior não é o seu caso isolado. É o quanto essa geração da "Sofia of Drems", filhas e filhos de uma elite cuja "formação de opinião" se dá sob influência de leituras como da revista como a Veja, estão recebendo valores e princípios deformados e desumanos.

A OAB/CE (Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará) está movendo ação contra a moça. O caso causou repercursão e repúdio, conforme a reportagem abaixo:


O Procurador da República Oscar Costa Filho, apesar de promover certa polêmica a respeito do ENEM, está certo em dizer que o comportamento destas moças é efeito, e é preciso buscar as causas. 

Que tal o Procurador dar uma palavrinha com os "formadores de opinião" da Veja?

Aécio e Anastasia não cumpriram promessas contra enchentes

Ontem (sexta-feira 07), como todo cuidado de não citar diretamente o nome do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra (PSB),o senador Aécio Neves( PSDB),ex governador de Minas Gerais, um dos Estados mais atingidos pelas chuvas, criticou após ser provocado sobre o tema, a distribuição de recursos públicos para fins eleitorais. Os tucanos,os demos e PPS, até então,não tinham feito nenhuma critica. Caso raro e a se estranhar. A Folha deste sábado conta o motivo do silêncio da oposição....


Governador tucano descumpre promessas antienchente

O governo de Minas Gerais, Estado que já registra dez mortes pelas chuvas neste ano, não cumpriu promessas de 2011 para combater enchentes.

Em janeiro do ano passado, o governador Antonio Anastasia (PSDB) viajou para áreas alagadas em Pouso Alegre, Itajubá e Santa Rita do Sapucaí e prometeu barragens para os rios da região. Um ano depois, elas ainda não existem.

Em Pouso Alegre, uma das obras prometidas, um dique, está sendo concluída com recursos do PAC (da União) e da prefeitura. Não há dinheiro do Estado, diz o município.

A promessa de barragens já fora feita em 2007 pelo antecessor de Anastasia, Aécio Neves (PSDB), hoje senador.

Desde o início do período chuvoso, em outubro, 12 pessoas morreram em Minas -dez em janeiro. Ontem, um homem e uma mulher morreram soterrados numa casa em Governador Valadares.

Já em Belo Horizonte, o governo mineiro -com Aécio e Anastasia- investiu R$ 205 milhões em obras contra enchentes no ribeirão Arrudas.

O Estado põe recursos (12% do total) e administra a obra, financiada por União (75%), BH e Contagem (6% cada).

A Prefeitura de BH, gerida pelo aliado Marcio Lacerda (PSB), e o Estado se juntaram para fazer estudos hidrológicos e hidráulicos para obras que possam minimizar inundações nas bacias dos córregos Pampulha e Cachoerinha.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Golpe do flagrante em manobrista. Cadê a Ética?


Saiu no Viomundo:

O golpe do flagrante preparado


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Flagrantes preparados do Jornal Hoje levantam sérias questões éticas
Na edição do dia 04/01/2012 o Jornal Hoje da Rede Globo exibiu uma “reportagem investigativa” onde sob o pretexto de revelar “os riscos que os motoristas enfrentam”, jornalistas armaram flagrantes preparados usando câmeras escondidas e exibiram as imagens dos manobristas que caíram nas armadilhas, sem ao menos proteger suas identidades, levantando sérias questões sobre a legitimidade e os limites éticos do jornalismo da maior emissora de televisão da América Latina.
A reportagem “Câmera do JH flagra manobristas vasculhando carros em São Paulo” apresentada por Evaristo Costa como “debate sobre os riscos que motoristas correm nas grandes cidades” e por Sandra Annenberg como “mostra do trabalho dos manobristas” são flagrantes preparados pelos jornalistas Walace Lara, William Santos, Robinson Cerântula, Carlos Rodrigues Junior, Juvenal Vieira e Patricia Marques, sob editoria de Teresa Garcia e Paulo Amaral. Devido aos métodos utilizados na reportagem, suponho que tenha sido aprovada pelos diretores de jornalismo da emissora Carlos Henrique Schroder e Ali Kamel.


Para preparar o flagrante os jornalistas colocaram deliberadamente no interior dos carros grandes valores em moedas e até doces como “tentação” (palavra usada na reportagem) para provocar e induzir os manobristas a um comportamento delituoso. Criaram um cenário artificial tentador que não corresponde à expectativa de um veículo comum que utiliza os serviços de estacionamento nas grande cidades, um cenário de causar tanto estranhamento que durante a reportagem os manobristas flagrados exclamam: “essa eu nunca vi não”; se espantam: “o carro aqui parece uma doceria”; e desconfiam: “tem câmera? têm ou não têm?”.

LEIA O TEXTO completo AQUI

Na mesma edição, o assim chamado jornal Hoje – que tem uma âncora que chora – reproduziu a acusação de que o Ministro da Integração tomou a verba das enchentes e ignorou solenemente todos as explicações do Ministro.
Ética ?
Só se for na Fundação Roberto Marinho.

Paulo Henrique Amorim

GENIAL! Privataria: por que o Cerra se achava intocável?


Este ansioso blogueiro recomenda enfaticamente a leitura de “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, de Ricardo Batista Amaral, editado pela Primeira Pessoa.

Breve, aqui se tratará do livro em si e da personagem.

Amaral faz uma minuciosa e objetiva reconstituição dos fatos políticos que Dilma acompanhou no primeiro plano, ou nos bastidores.

Objetiva, é bom frisar, porque, embora se trate de uma biografia autorizada – Amaral trabalhou na campanha da Dilma -, a narrativa é isenta, respeita a verdade factual, como gosta o Mino Carta.

Chamou a atenção o que está descrito a partir da página 161.

É o episódio dos que Lula chamou de aloprados, na eleição de 2006.

Os aloprados foram apanhados com dinheiro numa operação para desmascarar a compra de ambulâncias super-faturadas, enquanto Cerra e seu sucessor, Barjas Negri, eram ministros da Saúde.

Com a ajuda da Polícia Federal de São Paulo e especialmente do PiG (*), com a Folha (**) e a Globo à frente, Cerra transformou a tragédia das ambulâncias superfaturadas numa bênção dos céus.

O que deveria atingí-lo como um escândalo de bom tamanho derrotou Aloizio Mercadante para Governador (Cerra venceu no primeiro turno).

E permitiu que Ali Kamel levasse a eleição de Lula contra Alckmin para o segundo turno – clique
aqui para ler “O Primeiro Golpe já houve, falta o Segundo (também do Kamel) “

A tecnologia cerrista já tinha sido testada – com retumbante sucesso – na eleição presidencial de 2002.

Quando Cerra fotografou cédulas de dinheiro no escritório da empresa Lunus do marido de Roseana Sarney – então a melhor candidata para derrotar Lula, segundo as pesquisas.

Cerra distribuiu à farta as fotos das notas pelo PiG (*) afora – e destruiu a candidatura de Roseana.

Sempre com a ajuda da Polícia Federal.

(O pai de Roseana, José Sarney, da tribuna do Senado,  acusou Fernando Henrique de receber, no Palácio do Alvorada, um fax de um agente da Polícia Federal, da máquina do escritório da Lunus, com a informação: missão cumprida.)

Na Polícia Federal, Cerra contava, sempre, com Marcelo Lunus Itagiba.

Cerra foi para a eleição de 2010 com essa convicção.

Com a ajuda do Papa, da PF e do PiG ele era intocável.

Qualquer calhordice – segundo Ciro Gomes – seria acobertada pelo PiG (*), com a ajuda da Policia Federal.

Uma dupla do barulho !

A partir da pág. 227, Amaral mostra outra peripércia de Cerra.

Que quase – quase, frise-se, deu certo.

Com rigor de cartógrafo, Amaral reconstitui o episódio da “quebra de sigilo” do presidente do PSDB, o notório Eduardo Jorge, aquele que tinha o hábito de ligar para o Juiz Lalau da sala ao lado do gabinete  do presidente Fernando Henrique.

Uma mania, digamos assim.

No bolo do sigilo vem o “suposto” dossiê que o Amaury Ribeiro Júnior prepararia contra a família tão inocente, imaculada, do Padim José Cerra.

Cerra àquela altura já sabia que o Amaury tinha feito uma reportagem não publicada pelo Estado de Minas, que descrevia tudo o que ele queria fazer para destruir a candidatura do Aécio.

Cerra também desconfiava que Amaury preparava um livro, cujo prefácio este ansioso blog
publicou repetidas vezes

Cerra reproduziu a estratégia das notas da Roseana, das notas dos aloprados: transformou o limão na limonada.

Tentou botar o Amaury em cana, fez da filha e do Eduardo Jorge vítimas da sanha petista.

Jenial !

O PiG esteve incansável, na defesa dos princípios de Democracia.

A Carta Capital e Leandro Fortes mostraram que a irmã do Daniel Dantas e a filha do Cerra, elas, sim, é que violaram o sigilo fiscal de 60 milhões de brasileiros – e, por isso, a filha do Cerra está indiciada.

Mas, o PiG não dá sequência ao que a Carta Capital denuncia.

Muito menos o jornal nacional.

E o Cerra só precisa operar o jornal nacional e a Folha.

Esses bastam.

O resto vem no bolo.

Amaral mostra como Dilma cortou o mal pela raiz.

Mandou embora todos os que pudessem eventualmente produzir um dossiê.

E, de público, preservou o trabalho jornalístico do Amaury.

Cerra achou que o jogo tinha sido jogado.

Perdeu a eleição, disse um até breve, e achou que o Amaury ia se jogar numa vala comum.

E a filha ia se safar, numa boa.

Aí, a casa caiu.

Ele soube do livro do Amaury.

Tentou se aproximar do editor, o Luiz Fernando Emediato, mas Emediato não lhe deu bola.

O Privataria Tucana já começava a ser impressa.

E o Cerra deixou de ser intocável.

A mágica foi descoberta.

E o mágico saiu a correr, pela coxia, debaixo de vaia.

Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Porque o dinheiro para prevenção de enchentes não veio para São Paulo?

Parece que o Estadão  é de algum outro ponto do planeta, e não de São Paulo.
De outro modo não poderia acusar o Ministro da Integração Nacional de estar beneficiando Pernambuco com a liberação de R$ 25,5 milhões para a construção – Cupira e Gatos – em cidades a quase 200 km de Recife -  por supostos interesses eleitorais na capital pernambucana.  E, muito menos, por estar beneficiando Petrolina, cidade da qual já foi prefeito, que está a mais de 600 km das barragens.
Mas, sobretudo, porque o Estadão sabe que só numa obra, o Governo Federal – e o próprio Ministro Fernando Bezzera Coelho – destinaram mais recursos à prevenção de enchentes em Franco da Rocha – governada por um tucano, Marcio Cecchettini, e a apenas 40 km de São Paulo – do que aquela liberação sobre a qual lançam suspeitas. São R$ 28,5 milhões dos R$ 51,2 milhões necessários para construção de quatro piscinões em Franco da Rocha.
Mas publica que “a construção de reservatórios para conter cheias na região metropolitana de São Paulo, ação que teve R$ 31 milhões de gastos autorizados pelo Orçamento de 2011, não recebeu nenhum tostão”.
E porque não recebeu? Porque o Governo do Estado assinou o convênio só em outubro do ano passado e até agora  nem sequer abriu a licitação para fazer a obra. Como o projeto estava pronto, não se sabe a razão da demora. O Estadão, claro, nem pergunta a razão de – convenio assinado – já se terem passado dois meses sem o lançamento do edital pelo Governo do Estado. Em Pernambuco, o edital saiu muito mais rápido, dez dias depois do convênio, em maio e em agosto foi dada, pela Presidente Dilma, a ordem de serviço para o início da obra, com as desapropriações necessárias.
Por isso – apesar da nota de esclarecimento do Ministério, reproduzida no Conversa Afiada – já ter colocado os pingos nos ii – reproduzo aí em cima o discurso de Alckmin na assinatura do convênio, onde é só elogios pela ajuda federal, não reclama de atrasos e até elogia os auxiliares do ministro, que sabiam de cor o andamento do processo de liberação do convênio.
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O valor da blogosfera está na multiplicidade de pontos de vista, coisa que faz tempo sumiu da grande imprensa. Um exemplo recente, de um blogueiro que eu não conhecia, que joga luz sobre um tema que a mídia insiste em manter no escuro -- fornecendo apenas pedaços da informação:
Do Blog do Sarafa
No ano passado ocorreram enchentes em Pernambuco, fato amplamente divulgado. Para evitar a repetição nos anos seguintes, o Governo de Pernambuco estimou o valor das obras – 250 milhões de reais – e reivindicou recursos do Governo Federal. Apresentou os projetos, seguiu toda a burocracia, mas no final recebeu apenas 25 milhões, ou seja, 10% do valor.
Agora, o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO pegou esse valor e comparou com os repasses federais feitos aos Estados apenas nessa rubrica concluindo que esse valor corresponde a 90% da verba gasta pelo Governo Federal em prevenção de enchentes. Virou manchete e ataques ao Ministro Fernando Bezerra sob a alegação que ele é de Pernambuco e por isso estaria privilegiando o seu Estado natal.
Hoje todos os colunistas políticos do eixo Rio, São Paulo e Minas atacam o Ministro. Falam sempre que 90% dos recursos foram para Pernambuco, mas não dizem que esses 90% representam 25 milhões de reais.
Acessei o PORTAL DA TRANSPARENCIA e verifiquei que em 2011 o Governo Federal repassou para Estados e Municípios o valor total de R$ 237.271.169.809,83. Desse total, São Paulo recebeu R$ 26.511.999.809,60, ou seja, 11,17% do todo;  o Rio de Janeiro,  R$  20.542.872.058,50, ou seja, 8,66%; e Minas Gerais  R$ 19.721.686.132,87, 8,32%. Esses três Estados, onde está a grande imprensa, ficaram com 28,06% do bolo total de DUZENTOS E TRINTA E SETE BILHÕES DE REAIS, e não com 90% de uma parte infinitamente menor do todo, igual a VINTE E CINCO MILHÕES DE REAIS.
Isso, no entanto, eles escondem e ficam fazendo onda com um repasse de 25 milhões quando eles receberam 67 BILHÕES DE REAIS, ou seja, quase 3.000  vezes mais e quase 1/3 de todo o monte, sobrando os outros 2/3 para dividir com as outras 24 unidades da Federação.
Não sei se isso é só ignorância, ou se é má fé. Acho que tem um pouco de cada coisa.
Acesse o Portal da Transparência http://www.portaldatransparencia.gov.br/PortalTransparenciaListaUFs.asp?Exercicio=2011 , conheça todos os dados e tire suas conclusões.

Nossos intelectuais merecem este nome?

Sobre a ação higienista na cracolândia, do Tijolaço
Sei que estou comprando uma briga, e o faço em nome pessoal, sem sequer conversar sobre o assunto com o titular deste blog.
Porque jornalista que só escreve o que o chefe manda, é escriba, não jornalista.
Tão escandalizante quanto as declarações do sr. Dr. Laco, sem cedilha, chefe de política anti-drogas (?) do Governo paulista, de que usará “dor e sofrimento” como forma de levar os viciados em crack a buscarem tratamento, tão escandalizante quando a polícia paulista estar, esta tarde, atirando bombas contra os zumbis drogados que tentam voltar à Cracolândia é a falta de reação da “inteligência” paulistana e brasileira a este espetáculo dantesco.
Nós, que temos 50 anos, que convivemos na juventude  com a generalização da droga, que podíamos ou podemos ter um filho ou uma filha ali, doentes e consumidos por uma situação assim, estamos assistindo silentes a este espetáculo terrível.
Segundo a Folha, diz a própria PM que “havia, na cracolândia da rua Helvétia, 60 crianças e 20 grávidas”.
É a eles, inclusive, que queremos impingir “dor e sofrimentos”, além de bombas?
Não vemos a OAB, o Sindicato dos Médicos, ninguém levantando a voz contra o fato de, segundo os próprios jornais, a dispersão dos viciados da Cracolândia estar sendo feita essencialmente com porretes – e digo que, aí, os policiais são até os menos culpados, porque eles próprios sabem que isso é uma pantomima – e não com assistência médica e social.
Os viciados da cracolândia podem agir como bichos irracionais, porque estão corroídos por uma dependência que lhes tira a razão e a ponderação. Nós é que não temos o direito de agir como bichos.
Muito menos se essa ação espalhafatosa é puro marketing, destinada a cenas no Jornal Nacional que produzam imagem de um “combate à droga”  que é, antes, promoção da imagem da “autoridade” do que um ataque real ao problema.
Uma sociedade à qual falta a compaixão, à qual o medo de dizer que aquilo que fere a dignidade humana jamais pode ser feito por ninguém, mas muito menos pelo Estado, que a todos nos representa está mais doente do que aqueles pobres drogados.
Porque nós estamos lúcidos e sabemos discernir o certo do errado.
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estarrecer a nota  da Agência Estado, dizendo – é literal – que a prefeitura e o Governo de S. Paulo estão buscando usar “dor e sofrimento” como estratégia de combate ao uso de crack.
Seria, em resumo, ir enxotando os usuários e traficantes dos pontos onde se fixam, para forçar os primeiros a buscarem ajuda e os segundos a desistirem do negócio.
Diz o o coordenador anti-drogas da Governo do Estado, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, conhecido como Dr. Laco (sem cedilha, por favor):
- A falta da droga e a dificuldade de fixação vão fazer com que as pessoas busquem o tratamento. Como é que você consegue levar o usuário a se tratar? Não é pela razão, é pelo sofrimento. Quem busca ajuda não suporta mais aquela situação. Dor e o sofrimento fazem a pessoa pedir ajuda.
E a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Alda Marco Antonio, promete até março – até março – que haverá 1.200 vagas para tratamento de dependentes.
O resultado deste genial terapêutica está retratado no portal R7: expulsos da Cracolândia original, proximo à Praça Julio Prestes, na capital paulista, viciados já montaram outra na Zona Sul Paulista e se espalham em pequenos núcleos próximos á região da Luz.
Ora, ninguém pode ser contra ações repressivas que impeçam a formação de “bairros do crack”, nem desconsiderar o direito dos cidadão que moram e trabalham nestas áreas. Nem compreender que, em alguns casos, tenha de ser contida com mais que um “por favor” a agressividade de pessoas fortemente drogadas e nas condições deploráveis que o crack produz.
Mas um profissional e um chefe de um serviço de saúde pública dizer que causar “dor e sofrimento” seja uma ação terapêutica, pelo amor de Deus! Seria voltar aos primórdios da ciência médica, ou dar razão aos inquisidores da Idade Média que pensavam ser a masmorra e a tortura instrumentos de conversão à fé.
Mas aqueles pobres sujeitos, degradados e abandonados, merecem, não é?Certamente o Dr. Laco (sem cedilha, por favor), acompanha a polícia às festas chiques dos Jardins para provocar “dor e sofrimento” para fazer os consumidores de drogas “pedirem ajuda” para se tratar, segundo o mesmo critério terapêutico.
Ou não sabemos mais? Ou não somos mais viciados em  amar o próximo?

Terrorismo da “meta de inflação” falhou

Como se disse aqui ontem, a catástrofe deu xabu.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Ampliado – a inflação oficial, IPCA – cravou 0,5% em dezembro, levando o acumulado no ano de 2011 para 6,5%.
Bem no limite do teto que, durante seis meses, a mídia “especializada” disse que ia estourar.
Aliás, eles sabiam que ia ficar dentro da meta, mas torciam por 0,01 ou 0,02% a mais, para “terem razão”.
Ridículo, como análise econômica: 6,5% ou 6,52%, do ponto de vista da economia é o mesmo.
Mas não era do ponto de vista da propaganda, que é o que muitas vezes fazem, em lugar de jornalismo.
Mas até isso deu xabu.
Qualquer um sabia, bastava olhar os índices, que a inflação estava em queda em relação ao último trimestre de 2010 e em relação ao primeiro semestre do ano.
Mas invocou-se a inflação explosiva lilhões de vezes para combater a ideia de que os juros deveriam baixar.
Eles sabem que não é o tomate e o acém no lugar dos juros do Federal Reserve ou da Libor inglesa que se determina a rentabilidade do capital financeiro.
Mas sabem que o terror midiático gera indecisão, paralisia e tibieza nos governantes.
É assim que funciona o terrorismo, não é?

Copo meio cheio, meio vazio

A imprensa, mais uma vez, só mostrou uma parte.

Em 2 de janeiro, primeiro dia útil de 2012, o ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, tornou-se o primeiro novo alvo do governo Dilma Rousseff, que em doze meses demitiu seis integrantes do primeiro escalão por suspeitas de corrupção – evaporadas das páginas de jornais tão logo deixaram seus assentos.
Com base em levantamento feito pela ONG Contas Abertas, o jornal Estado de S.Paulo destacou, em sua manchete, que o ministro pernambucano beneficiou seu reduto eleitoral ao destinar 90% de verbas de prevenção e preparação de desastres naturais para obras iniciadas em 2011 em Pernambuco, estado governado pelo padrinho político Eduardo Campos (PSB).
O ministro Fernando Bezerra, durante a coletiva. Foto: Agência Brasil
Bezerra, ex-prefeito de Petrolina, acabava de transferir seu domicílio eleitoral para Recife e tem, como se vê, claras chances de disputar a prefeitura da capital – o que desagrada inclusive o PT local, liderado pelo prefeito de Recife, João da Costa.
Nas contas da reportagem do Estado, dos gastos autorizados e pagos em 2011, Pernambuco recebeu 14 vezes mais do que o segundo colocado, o Paraná, onde chuvas fortes provocaram enxurradas e deslizamentos no ano passado.
Por esta rubrica, Pernambuco recebeu 25,5 milhões de reais, contra 1,8 milhão liberado para o Paraná. Ao todo, 28,4 milhões de reais foram pagos em obras autorizadas pelo ministério em 2011 para a prevenção de desastres naturais. São Paulo, por exemplo, não recebeu nada dos 31 milhões de reais previstos para a construção de reservatórios para conter cheias na região metropolitana.
As contas, porém, precisam ser vistas com calma. Isso porque o Ministério da Integração não é a única pasta do governo responsável por obras para prevenção, uma tarefa também de municípios e governos estaduais. Em São Paulo, o estado mais rico da federação, por exemplo, o govenador Geraldo Alckmin (PSDB) só havia conseguido construir quatro dos 23 piscinões anti-enchentes previstos.
O governo federal interfere em áreas de risco com outros recursos – em municípios em situação de emergência, libera recursos para reconstrução (como moradias subsidiadas) e liberação do saque do FGTS para as famílias atingidas pelas chuvas. Caso da região serrana do Rio de Janeiro, que sofreu com enchentes e deslizamentos no início do ano passado.
Pelo governo federal, há programas sob a coordenação do Ministério das Cidades, como o PAC 2, que prevê investimentos de 11 bilhões de reais para contenção de encostas em áreas de risco e obras de drenagem, para evitar enchentes e inundações.
Ainda assim, quando se olha o total dos investimentos apenas do Ministério da Integração, a leitura da denúncia muda de figura. Ao todo, segundo o ministério, a execução financeira da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) foi de 155 milhões de reais para obras de prevenção em 2011. Outros 915 milhões de reais foram investidos na reconstrução e resposta a desastres por meio tanto de recursos provenientes da Lei Orçamentária Anual e de Medidas Provisórias.
De acordo com a nota emitida pelo ministério na terça-feira 3, há investimentos em prevenção por meio de secretarias, como a de Infraestrutura Hídrica (SIH) e obras para canalizações de córregos, dragagem de canais, a construção de galerias pluviais, bocas-de-lobo, pavimentação de ruas, contenção de encostas, desassoreamento e recuperação de sistemas de drenagem. Nada disso foi levado em conta pela reportagem do Estado, que se fiou apenas na rubrica “prevenção” da Defesa Civil.
“Neste programa da SIH foram liberados, só em 2011, 130 milhões de reais, sendo 57 milhões para Bahia, 32 milhões para Rio de Janeiro, 12 milhões para Santa Catarina, 10 milhões para Tocantins, 10 milhões para Roraima, 5,6 milhões para Pernambuco e 1,9 para Rio Grande do Sul”, diz a nota.
Fazendo-se as contas, segundo o ministério, Bezerra explicou que, do total de 98,3 milhões de reais do orçamento para Pernambuco, 70 milhões foram destinados a obras preventivas – e não só os 25 milhões levados em conta pela reportagem.
“Não existe política partidária, miúda, pequena. Não posso aceitar discriminação contra nenhum estado, não se pode discriminar Pernambuco por ser o estado do ministro, não é correto”, defendeu-se Bezerra, que interrompeu suas férias para prestar esclarecimentos em uma entrevista coletiva na quarta-feira 4.
O suposto direcionamento para Pernambuco ganhou, nas páginas do Estadão, cores de “escândalo”. A reportagem também parece ter irritado Dilma Rousseff, que teria “ordenado” a adoção de critérios técnicos para esse tipo de obras (quais, como, quando, não se sabe).
O que se sabe, segundo o Estadão, é que governadores dos estados supostamente prejudicados pelo ministro não entraram no denuncismo. Em Minas Gerais, que vem sofrendo com as chuvas nas últimas semanas, o tucano Antonio Anastasia saiu em defesa do ministro, classificado como “um amigo de Minas”. Sergio Cabral, do Rio, também desconversou, segundo o próprio Estadão: “Não temos o que falar do governo federal, a não ser agradecer”.
Quem também desmentiu a “denúncia” foi Eduardo Campos (PE), o “padrinho” do ministro. Segundo ele, os 25 milhões de reais liberados para Pernambuco foram acertados com a própria Dilma Rousseff em razão de desastres provocados pela chuva na região da Mata Sul. Dilma perguntou como poderia ajudar, Campos disse que tinha um projeto pronto para construção de barragens na localidade (Panelas II e Gatos), e os recursos foram disponibilizados.
Segundo Bezerra, Pernambuco foi o estado que apresentou os projetos mais urgentes e a seleção foi feita com base em critérios técnicos, com aval da Casa Civil da Presidência da República e do Ministério do Planejamento.
Em 2010, as fortes chuvas na região provocaram 20 mortes e, segundo a nota, cerca de 80 mil pessoas foram desabrigadas e desalojadas. Os prejuízos chegam a mais de 1 bilhão de reais.
Campos lembrou que, naquele ano, quando Bezerra nem era ministro, Pernambuco recebeu 275 milhões de reais da pasta – menos, portanto, do que o estado recebeu no ano seguinte.
Portanto, há meio copo cheio, meio copo vazio nesta história. A imprensa, mais uma vez, só mostrou uma parte.

Debate lança “A Privataria Tucana” no Paraná

Com antecedência, para todo mundo poder divulgar e se planejar: dia 19, uma quinta-feira, Amaury Ribeiro Júnior lança o seu “A Privataria Tucana” no Paraná. E, como desde o início aconteceu, com o suporte da blogosfera. Organizado pelos blogueiros Cleverson Lima, Sergio Bertoni, Walter Koscianski, Mario Cândido e Ivo Pugnaloni, através do site coletivo ParanaBlogs, ele vai acontecer no auditório do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba, cujo endereço está aí no cartaz que a gente reproduz no post.
Quem puder  divulgar para os amigos paranaenses e colocar nos seus sites estará prestando um serviço ao Brasil.
A imagem é ampliável, basta clicar nela,  para poder ser impressa por quem quiser divulgar.

A maquiagem da Cracolândia

O pau de arara da dupla Kassab-Alckmin na Cracolândia
Em seu blog no Terra Magazine
É inacreditável. Em tempos de Tribunal Penal Internacional e de luta sem fronteiras por respeito aos direitos humanos e contra a tortura, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o governador do estado paulista, Geraldo Alckmin, adotam, na conhecida Cracolândia, violência contra dependentes de crack. A dupla de governantes acaba de oficializar a tortura.
Na quarta-feira (4), por determinação do prefeito da cidade de São Paulo e do governador do Estado, iniciou-se o denominado “Plano de Ação Integrada Centro Legal”. Esse plano, consoante anunciado, terá duração indeterminada.
O plano, como explicou o coordenador de políticas de drogas da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, consiste em obrigar os dependentes que vivem na Cracolândia a buscar ajuda, “pela dor e sofrimento” decorrentes da abstinência, junto às autoridades sanitárias ou redes de saúde.
Ao tempo do DOI-CODI, a tortura, como regra mestra, foi largamente empregada. A regra era torturar, física ou psicologicamente, para obter o resultado esperado.
Nos campos nazistas, a fome e o abandono levavam à morte. Auxiliavam na vazão, pois, eram insuficientes em número os fornos crematórios.
A tortura indireta posta em prática pela dupla Kassab-Alckmin tem o mesmo fundamento dos campos de concentração nazista. E a tortura imperava no DOI-CODI, de triste memória.
Em nenhum país civilizado emprega-se essa estratégia desumana a dependentes. Ao contrário, investe-se no convencimento ao tratamento e até nas salas seguras para uso de drogas.
As federações do comércio e da indústria da Alemanha apoiam os programas de narcossalas com 1 milhão de euros. E ninguém esquece a lição do professor Uwe Kemmesies, da Universidade de Frankfurt: “Podemos reconhecer que a oferta de salas seguras para o consumo de drogas melhorou a expectativa e a qualidade de vida de muitos toxicodependentes que não desejam ou não conseguem abandonar as substâncias”:
http://maierovitch.blog.terra.com.br/2011/12/12/novo-perfil-no-ministerio-publico-do-tribunal-penal-internacional-nao-agrada-defensores-de-direitos-humanos/
Desde os anos 90, a cidade convive com a Cracolândia e os governos são incapazes de adotar políticas adequadas. Nem as delegacias especializadas, tipo Denarc (delegacia de narcóticos), nem a polícia militar identificaram, até hoje, a origem do crack que é ofertado. Agora, numa ação policialesca, busca-se o cerco ao usuário para se chegar ao vendedor da droga. Vendedor que, evidentemente, não é o operador da rede de abastecimento de crack para as cracolândias brasileiras.
Uma questão sócio-sanitária, de saúde pública, não pode mais ser enfrentada com soluções torturantes, como pretendem Alckmin-Kassab.
Pano Rápido. Aguarda-se que a ministra responsável pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário,  tome medidas adequadas para suspender as torturas em São Paulo e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel,  inicie apurações criminais. E espera-se que a nova procuradora junto ao Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, natural de Gâmbia (África Ocidental), levante o que acontece na Cracolândia e enquadre as irresponsabilidades e desumanidades.
Wálter Fanganiello Maierovitch
_________________________
No Blog da Cidadania por Eduardo Guimaraes
Dois fatores fizeram os governos Alckmin e Kassab desencadearem uma operação policial na Cracolândia paulistana que não passa de vigarice político-eleitoral: as eleições municipais e – segundo informações da Folha de São Paulo – o medo de que programa do governo federal previsto para começar em breve rotule prefeito e governador como “inoperantes”.
Segundo a surpreendente reportagem do diário chapa-branca paulista que há anos acoberta o descalabro administrativo na capital e no Estado de São Paulo, “O alvo de preocupação da prefeitura e do governo estadual é o lançamento do programa federal Consultório de Rua”, que terá “Transporte de equipes de saúde em vans, com a marca do governo Dilma”.
É assustador o nível de delinqüência intelectual do governador e do prefeito. É inacreditável como essa operação fajuta não gerou nenhuma reação à altura, seja da Justiça, seja do Ministério Público, seja da imprensa. Mesmo a reportagem da Folha que denuncia as razões de essa operação ter sido desencadeada de afogadilho é discreta e suave, quando deveria ser dura e largamente difundida.
O que Alckmin e Kassab estão fazendo é apenas maquiar o problema. Mandaram a truculenta Polícia Militar expulsar os zumbis da Cracolândia sem se importarem com o destino deles, o que já faz com que se dirijam aos bairros no entorno dos Campos Elíseos.
A irresponsabilidade do prefeito e do governador de São Paulo é assustadora porque grande parte desses viciados está em crise de abstinência de crack, o que, como se sabe, torna o indivíduo violento e desesperado, podendo levá-lo a cometer qualquer ato criminoso para conseguir dinheiro para comprar a droga.
A maioria dos infelizes paulistanos – uma massaroca social incapaz de votar com o cérebro por estar acostumada a usar os pés  – está achando o máximo essa farsa que esses dois políticos caras-de-pau montaram. E continuará iludida, porque até que as urnas sejam fechadas, neste ano, a polícia tratará de impedir que se formem cracolândias pela cidade.
Devido à diáspora dos viciados e traficantes da Cracolândia original, a capital paulista, a esta altura, está infestada por centenas e centenas de pessoas desesperadas pela crise de abstinência, prontas a cometer qualquer atrocidade para conseguir meio$ de comprar a droga mortal.
Como bem estão dizendo os viciados que estão sendo expulsos, eles não têm para onde ir. E as autoridades estaduais e municipais reconhecem isso ao atribuírem “fases” ao processo que desencadearam, sendo que a primeira delas teria o objetivo de “sufocar” consumidores e desarticular o tráfico e só a segunda fase é que teria atendimento de saúde e social aos viciados.
Farsa, vigarice. É fácil expulsar os viciados. Difícil seria recolhê-los a centros de saúde e reabilitação que nem sequer existem. O importante, agora – para esses políticos sem-vergonhas –, é tirar a Cracolândia das vistas do eleitor e tratar de impedir que os viciados se reagrupem – pelo menos até as eleições. Depois volta tudo ao que era.
E se alguém pensa que o eleitor paulistano tem discernimento para perceber que só agora o governo do Estado – responsável primeiro pela Segurança Pública – e a prefeitura – segunda maior responsável – agiram, e ainda de forma inadequada, engana-se. Com ajuda da imprensa chapa-branca local, enganar esta cidade é o que há de mais fácil.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Manipulação em marcha: o alvo é o PSB desta vez

Vamos ver o que faz o jornal nacional se chover em São Paulo
O Ministério da Integração Social emitiu a seguinte nota, em resposta a isso isso isso e muito mais
(repare que as fontes são sempre as mesmas: Contas abertas ?? , Jornais da Globo..... Os mesmos)

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

NOTA DE ESCLARECIMENTO 002/2012

Brasília, 05 de janeiro de 2012

Diante das informações veiculadas na imprensa nesta quinta-feira (05/1), o Ministério da Integração Nacional esclarece:

Recursos para 2012

Não é correto afirmar que o Estado de Pernambuco será privilegiado no orçamento de 2012 com a maior verba contra enchentes. É um duplo equívoco:

1-) O poder executivo encaminha anualmente, no mês de agosto, ao Congresso Nacional a proposta de lei orçamentária ao ano seguinte. Cabe ao Congresso, por disposição constitucional, apreciar, propor emendas e votar a lei orçamentária para encaminhá-la à sanção presidencial.

Em 2011, a proposta encaminhada pelo Executivo para o orçamento de 2012 destinou R$ 67,6 mi para o programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres. O Congresso, no uso de suas prerrogativas constitucionais, emendou o orçamento do programa em mais de R$ 634 milhões, por meio de emendas individuais e coletivas (de bancada e comissões).

A bancada de Pernambuco destinou R$ 70,6 milhões para ações do programa no Estado. Outras bancadas também promoveram iniciativas semelhantes, algumas com dotações ainda maiores do que de Pernambuco, como a de Goiás, com R$ 78,5 milhões, e Rio de Janeiro, com R$ 72,7 milhões. Além de, por exemplo, Espírito Santo, com R$ 33,9 milhões; Santa Catarina, com R$ 30,5 milhões; Minas Gerais, com R$ 27,7 milhões, e São Paulo, com R$ 20,4 milhões.

2-) O outro equívoco reside no fato de que os recursos não são específicos para o controle de enchentes, mas também para diversas outras ações preventivas de desastres, como erosão marinha e contenção de encostas.

MP 522 não se restringe ao Sul e Sudeste

Diferente do que foi noticiado, a MP 522, de 12 de janeiro de 2011, apesar de motivada pelos eventos ocorridos nas regiões Sul e Sudeste, não limita a aplicação dos recursos a estas, tendo abrangência nacional.

Além disso, as ações que podem ser financiadas pela programação orçamentária da referida MP são definidas pela descrição constante no cadastro de ações da Secretaria de Orçamento Federal, que, para ação de Apoio a Obras Preventivas de Desastres, não especifica restrições quanto à distribuição geográfica da aplicação dos recursos.

Assim, a partir da autorização orçamentária, neste caso a MP 522, a utilização dos recursos passa a ser pautada pela apresentação de projetos pelos estados e municípios e análise técnica feita pela equipe da Secretaria Nacional de Defesa Civil, que, entre outros itens, analisa a adequação do projeto à descrição da ação, qual seja:

“Apoiar a realização de ações de caráter preventivo destinados a reduzir a ocorrência e a intensidade dos desastres com ações estruturais e não estruturais. Essas medidas referem-se ao planejamento da ocupação do espaço geográfico e à execução de obras e serviços, principalmente relacionados com intervenções em áreas de risco, tais como, aquisição e instalação de equipamentos, infraestrutura urbana e rural; estabilização de encostas, contenção de erosões, relocação de famílias de áreas de risco, prestação de serviços essenciais, proteção do patrimônio público e demais ações que visem diminuir a vulnerabilidade da população aos desastres, em complementação à atuação municipal e estadual”.

Eficiência na utilização de recursos em prevenção

É errado dizer que houve desperdício de recursos em prevenção disponibilizados ao Ministério da Integração Nacional. Matéria publicada nesta quinta-feira (05/1) comete equívoco na matemática ao incluir os valores da Medida Provisória 553 entre aqueles destinados à pasta. Soma ainda os recursos destinados ao Ministério das Cidades, totalizando R$ 2,75 bilhões.

Cabe ressaltar que os recursos da MP 553 não podem ser considerados no orçamento de 2011, pois a mesma foi publicada em 22 de dezembro de 2011, para ser executada em 2012, conforme atesta a publicação do decreto de reabertura de créditos da mencionada MP nesta quinta-feira (05 de janeiro de 2012).

Em relação aos demais recursos do Ministério da Integração Nacional na área de prevenção, ressalta-se que:

* Praticamente a totalidade dos recursos consignados nas MPs 522 e 537 (97%) foram empenhados durante o exercício de 2011.

* Em relação aos recursos consignados na LOA 2011, deve-se distinguir aqueles provenientes de emendas parlamentares dos previstos no PLOA encaminhado pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional. No primeiro caso, a liberação dos recursos depende de negociação de parlamentares com a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. No segundo caso, os recursos previstos no projeto de lei, a execução foi de 83%.

Benefício para Pernambuco

É equivocado afirmar que o Ministério da Integração Nacional privilegia o Estado de Pernambuco no repasse de recursos da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Os números da execução orçamentária e financeira da pasta em 2011 mostram que o maior volume de recursos foi para o Rio de Janeiro, que teve empenhados R$ 180 milhões e pagos R$ 148 milhões. Pernambuco, que segundo reportagens publicadas na imprensa estaria sendo beneficiado com 90%, recebeu na verdade R$ 66 milhões (13,7%).


Navalha
A Globo insiste em botar a culpa na Dilma.
Os telejornais Bom (?) Dia Brasil, Hoje e nacional, sob a batuta do Ali Kamel, voltam a acusar Pernambuco, nesta quinta feira.
O Estado do Privilégio.
Logo, a culpa é do Governo Dilma.
De novo, a Globo ignora as explicações do Ministro e recorre às Contas Abertas, ong cujas contas precisam ser abertas.
A Globo não tem compromisso com a informação.
Na tendenciosa edição do jornal nacional desta quinta feira, Eduardo Campos e Humberto Costa desmentiram tudo o que antes tinha sido dito.
Costa lembrou o que Campos diz há vários dias: foi a Dilma quem autorizou aquela distribuição de verbas, que teve três enchentes em dez meses.
Não importa.
A Globo tem interesses.
O maior deles é derrubar qualquer Governo trabalhista.
E matar, na largada, um presidenciável de um partido socialista e, pior ainda, nordestino
Vamos ver o que fará o Ali Kamel se chover em São Paulo.
Vai botar a culpa em Deus.
Em tempo: por que a Presidenta voltou hoje para Brasília ?
Por que não no domingo, no sábado ?
Acabou por dar ao Ali Kamel o direito de dizer que ela voltou para enfrentar a crise que ele, Kamel, criou !

Saiu no Estadão online:

Polícia usa bombas de efeito moral na cracolândia, no centro de SP

Operação para dispersar viciados contou com a Força Tática, a Guarda Municipal e a Cavalaria

William Cardoso – O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO – A Polícia Militar utilizou bombas de efeito moral, no centro de São Paulo, por volta das 16h30 desta quinta-feira, 5, para espantar cerca de 100 usuários de crack que estavam no entorno da praça Princesa Isabel, a 150 metros do ponto central da cracolândia.

A operação para dispersar os viciados utilizou viaturas da Força Tática, carros do Batalhão da região e contou com apoio da Cavalaria e da Guarda Civil Municipal.

Os craqueiros foram empurrados pela Avenida Duque de Caxias até a Alameda Barão de Limeira, onde se dispersaram.

Cerca de meia hora depois, um grupo com cerca de 50 pessoas voltou a se aglomerar na Avenida Rio Branco, ao lado da Praça Princesa Isabel. A PM novamente usou a força contra o grupo, que correu em direção à Rua Aurora.

 Leia também:

Saia daqui e se vire: elite de SP combate o crack


Navalha
Por que o eterno vice do Cerra não joga bomba em consumidor de cocaína ?
E joga bomba em pobre que consome crack ?
Clique aqui para ler o que diz sobre esse neo-nazismo o artigo de Maierovitch – “Maria do Rosário, que tal o pau de arara na Cracolândia ? “
Paulo Henrique Amorim

Professor VIRTUAL: Programa Ciência sem Fronteiras - Vagas abertas

Professor VIRTUAL: Programa Ciência sem Fronteiras - Vagas abertas: O que? Ciência sem Fronteiras é um programa do MEC que busca promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da...LEIA MAIS>>>
INSCRIÇÕES ABERTAS


Deputado (PSDB) propõe lei para prender quem denunciar roubalheira de candidatos corruptos


Dep. Bonifácio Andrada (PSDB/MG), Aécio Neves e Anastasia em campanha.
Projeto de lei quer prender quer denunciar alguma roubalheira de candidatos corruptos.
Serrá o efeito da Privataria Tucana?

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), da bancada do tucano Aécio Neves, apresentou um projeto de lei (PL 2.301/11) que proíbe o eleitor de conhecer folha corrida de determinados crimes dos candidatos durante o período eleitoral.

O projeto determina a proibição de divulgação ou publicação de qualquer "sindicância, procedimento investigatório, inquérito ou processo, ou qualquer ocorrência de natureza penal" relativos a ilícitos cometidos por candidatos durante o período da campanha.

Cadê o PIG (Partido da Imprensa Golpista) para vociferar pela liberdade de imprensa? Cadê o Instituto Millenium?

Cadê os indignados marchadeiros? E os demo-tucanos que falavam em ficha limpa?

A proposta de "mordaça eleitoral" foi divulgada pelo próprio PSDB, no informe que destaca as iniciativas de parlamentares da bancada Congresso.

De acordo com o projeto, quem noticiar a roubalheira de um candidato corrupto, é quem irá preso (por três a oito anos), além do pagamento de multa de R$ 2 mil a R$ 15 mil. Isso por ter importunado a eleição do candidato ladrão.

Caso a divulgação seja feita por funcionário público, o texto prevê que ele fique suspenso de 30 a 60 dias ou ainda suspensão de 90 dias. Em caso de reincidência, pode ser punido com demissão.

Bonifácio de Andrada admite que, do jeito que foi apresentado, o projeto "dá impressão de mordaça". No entanto, segundo garantiu, ele pretende fazer alterações no texto antes de sua tramitação. O projeto de lei está, no momento, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e foi encaminhado para ser relatado pelo deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Este, no entanto, devolveu o projeto sem se manifestar, no fim de novembro.

"Não tenho objetivo de amordaçar nada. Queremos impedir que nos quatro meses da campanha um adversário invente alguma coisa para acusar um candidato. É para evitar a utilização de um fato que não é grave, sem intenção de fazer mal. Quando tiver dolo (intenção), não tem conversa", justificou o deputado mineiro. (Com informações da Ag. Estado)
Do Blog da Helena

Investigação sobre ONG da Globo faz Miriam Leitão surtar nas críticas ao Ministério do Turismo

Miriam Leitão comentou na rádio CBN ontem (4), e publicou o texto em seu blog, dos mais cômicos e catatônicos, entre os vários que tem produzido ultimamente.

O governo federal prepara mais medidas de incentivo turismo (há vários programas muito bem sucedidos dentro do Plano Nacional do Turismo, desenvolvido desde o governo Lula, apesar da velha imprensa só noticiar os desvios ocorridos na pasta em contratos com ONG's, omitindo o nome da Fundação Roberto Marinho) .

A notícia é boa, mas a urubóloga procurou um jeitinho de criticar, e se saiu muito mal em suas "peruadas":

LEIA AQUI  http://goo.gl/gkS7q ou OUÇA AQUI  http://goo.gl/mi5T3

O título deveria ser:


"Fraude no Turismo: Miriam Leitão chega atrasada e quer sentar na janelinha"
Tudo bem, os hotéis estão lotados porque o Brasil está péssimo...... entendi...
Vamos dar um desconto, ela lê a Folha........
Ela quer comparar o Brasil com a Califórnia. Lá eles não tiveram o anos de FHC........
Entendo o apelido de Urubóloga........

Entre as "pérolas", a urubóloga soltou essas:


1) "Hotelbrás"

A jornalista neoliberal tem um surto psicótico estatista e sugere que o governo deveria criar uma espécie de "sistema Hotelbrás":
"... Ora, é preciso criar um sistema para que haja oferta suficiente de hotéis ..." - afirma madame Leitão.
Ora, Miriam Leitão, onde está a sua defesa da mão invisível do mercado?

Hotel é coisa para o empresariado investir, cabe ao governo incentivar quando há interesse social e público, coisa que o BNDES já faz há um bom tempo. O próprio portal G1, onde a madame Leitão trabalha, prova que ela chegou atrasada no assunto, pelo menos desde 2010, e sem fazer o dever de casa que qualquer jornalista deve fazer ao tratar de assunto:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/06/financiamento-do-bndes-para-hoteis-deve-dobrar-para-r-2-bilhoes.html
E veja o que já disseram outros jornalistas que fizeram o dever de casa, que madame Leitão não fez:



2) "Taxibrás"

A nova classe média está lotando os hotéis, viajando de avião, e é claro que também estão usando táxi nos aeroportos.

Jornal Nacional erra (??) até cálculo do IR

Mais uma "videocassetada" no Jornal Nacional (JN) da TV Globo, na terça-feira (3).
http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/t/edicoes/v/imposto-de-renda-de-2012-tera-mudancas-no-desconto/1754183/




O JN contratou um "perito" (deve ser da equipe do Molina, da bolinha de papel), que errou feio no cálculo do Imposto de Renda.

O telejornal fez uma matéria com a missão de jogar a classe média contra Dilma, e usar esse público alvo como bucha de canhão visando fazer lobby contra impostos dos ricaços.

Fez um artifício mais para confundir do que para informar.

O objetivo era induzir os incautos a pensarem que a correção de 4,5% na tabela do imposto de renda, que entrou em vigor neste ano, seria "ruim" para o trabalhador.

Ora, quem ganhava até R$ 1.566,61 era isento em 2011.
Agora quem ganha até R$ 1.637,11 ficou isento em 2012.
Isso é ruim?

Mas... o jornal quis forçar a barra, e quis "provar" que um aumento de R$ 150,00,  passando a pagar R$ 7,19 a mais de imposto, portanto sobrando um aumento líquido de R$ 142,81 por mês, seria ruim para o trabalhador.

Para buscar um argumento para falar mal, simulou um caso onde o trabalhador que tiver aumento igual ao da inflação (estimada em 6,5%), pagaria menos imposto, caso a correção da tabela fosse também 6,5% (o que é verdade, mas a diferença é bem pequena para esse drama todo).

O pior foi que o JN errou feio nas contas, na ânsia de atacar o governo.

Disse que essa diferença no IR seria POR ANO R$ 58,00.

O valor correto é R$ 43,00 POR ANO (R$ 3,58 por mês de IR a menos).

É claro que seria melhor para o contribuinte se a correção fosse sempre pelo maior índice, mas não justifica esse drama  todo feito pelo JN por causa de uma diferença que seria de R$ 3,58 de IR para alguém que ganha R$ 2.470,00 (líquido, depois do desconto para a previdência).

Melhor faria o JN se mostrasse que os irmãos Marinho (donos da TV Globo), pagam só 27,5% de Imposto de Renda no Brasil, e pagariam 39,6% se morassem nos EUA.

Isso sim vale uma matéria de mais de 2 minutos, pois se os ricaços pagassem uma alíquota maior, a classe média poderia pagar uma menor.

A Receita Federal adverte: JN informa alíquota manipulada

Clique na imagem para ampliar

http://www.receita.fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATRJO/Simulador/simulador.asp?tipoSimulador=M
Outra desinformação do JN (e recorrente na imprensa manipuladora e lobista) é dizer que a alíquota é 15%. Não é porque existe a parcela a deduzir.

15% sobre o salário base R$ 2.470,00 daria R$ 370,50 de imposto por mês.

No entanto, pela tabela da Receita Federal, o valor do imposto é R$ 63,70 o que corresponde a 2,58% do salário base.

Isso ocorre porque o salário é "fatiado" em cada faixa.

Assim, no exemplo do salário base de R$ 2.470,00:
- Só a fatia de R$ 16,50 paga 15%
- Só a fatia de R$ 816,39 paga 7,5%
- A fatia de R$ 1.637,11 não paga nada de imposto.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Eleições 2010: A mídia e a campanha. Não há segredos

Publicado em 25 de setembro de 2010 | 17h 02

A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.
Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.
Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.
Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.
Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.
Texto publicado na seção "Notas e Informações" da edição de 26/09/2010
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Istoé, eleições 2010

 

Os santinhos de uma guerra suja - Parte 2

A poucos dias da eleição, a campanha de José Serra se aproxima de grupos ultraconservadores e reforça a tática do ódio religioso. O oportunismo político divide a Igreja e vira caso de polícia

Alan Rodrigues e Bruna Cavalcanti

 A ordem para encomendar o material à gráfica ligada aos tucanos partiu de dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Diocese de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele é antigo conhecido do PSDB, amigo declarado de seu conterrâneo Sidney Beraldo, deputado estadual pelo partido e um dos coordenadores da campanha de Serra em São Paulo. Nas conversas de sacristia, dom Luiz tem fama de ser um homem ?maquiavélico? e ?implacável?. Padres o descreveram à ISTOÉ como alguém que não aceita opiniões divergentes e já criou situações embaraçosas para constranger e afastar subordinados que questionam seu radicalismo. Para fazer os contatos com a gráfica dos Kobayashi, dom Luiz contou com a ajuda do ex-seminarista Kelmon Luís da Silva Souza. Frequentador da Catedral Metropolitana Ortodoxa, na zona sul de São Paulo, Souza também é presidente da Associação Theotokos, um grupo católico ultratradicionalista, e membro do autodenominado Partido Monarquista Brasileiro. Em 2006, um dos parceiros do ex-seminarista que atua numa organização integralista (leia quadro abaixo) doou R$ 3,5 mil para a campanha do deputado federal Índio da Costa, candidato a vice-presidente na chapa de Serra. Quando a atuação de Souza e dom Luiz tornou-se pública, os dois se enclausuraram. Nos próximos dias, no entanto, terão de prestar depoimento à Polícia Federal, investigados por crime eleitoral, calúnia e difamação.

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A distribuição de panfletos caluniosos em paróquias que estão sob a jurisdição de outros bispos provocou um racha na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. ?O embate ideológico que existiu nos primeiros anos da CNBB, mas estava ausente nas últimas décadas, ameaça voltar após as eleições?, avalia dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Franca. Fiéis não param de telefonar e mandar e-mails para a Cúria Diocesana de Guarulhos condenando o comportamento de dom Luiz. Eles questionam: se os cofres da igreja estão quase vazios, com que dinheiro o bispo vai pagar a encomenda dos panfletos que beneficiam Serra? ?Na segunda-feira, recebi uma ligação de dom Luiz pedindo desculpas pelos transtornos?, contou à ISTOÉ Paulo Ogawa, administrador da gráfica que trabalha para o PSDB. ?O Kelmon também telefonou?, disse ele. ?Garantiu que eu não ficaria no prejuízo e que a fatura do material apreendido pela PF, no valor de R$ 30 mil, poderia ser enviada porque a igreja iria pagar.?

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POLÍCIA
Cardozo (PT) pede que a ligação dos tucanos com a gráfica seja apurada
As acusações contra Dilma que aparecem nestes panfletos são idênticas às divulgadas pela central de boatos dos tucanos na internet. No bureau de difamação instalado no QG tucano trabalham 30 ?troleiros?, como são chamados os militantes que rastreiam e espalham pelas redes de computadores propagandas negativas e calúnias sobre a candidata do PT. O comitê da campanha de Serra ocupa quatro andares do antigo Edifício Joelma, no centro de São Paulo. No térreo fica o chamado baixo clero, que recebe informações de militantes que estão nas ruas e busca cooptar lideranças de diversos segmentos, como o dos religiosos. É ali que trabalham operadores como o pastor Alcides Cantóia Jr. Ele coordena com afinco o grupo dos evangélicos que, entre seus trunfos, se orgulha de ter conseguido a adesão do pastor Silas Malafaia, do Rio de Janeiro, estrela de um dos vídeos mais ferinos contra Dilma. Na última semana, o grupo foi encarregado de oferecer benefícios financeiros às igrejas e seus projetos sociais, uma forma de compra de votos que deverá ser investigada pelo Ministério Público Eleitoral. O cérebro do bureau fica no 20º andar do Joelma, ninho dos tucanos mais poderosos. A avalanche de baixarias que eles produzem é tão intensa que o PT já recebeu mais de cinco mil denúncias sobre mensagens e vídeos ofensivos à candidata petista. Apesar de toda essa estrutura, o presidenciável Serra procura se apresentar como vítima e cinicamente afirma que foi o PT que colocou o debate sobre o aborto na pauta eleitoral. Não foi (leia reportagem acima).

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Para combater a disseminação de calúnias, a coordenação da campanha de Dilma criou, na semana passada, uma espécie de disque-denúncia em 59 cidades brasileiras. ?Há indícios veementes de que os panfletos apreendidos pela PF foram produzidos pela campanha de nosso adversário?, disse o deputado José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP). ?A despesa é por conta da diocese de Guarulhos, que tem pleno direito a manifestar-se sobre questões que considera relevantes?, retrucou Serra. A alegação do tucano não é verdadeira, como explica o advogado Eduardo Nobre, especialista em direito eleitoral: ?Entidade religiosa não pode fazer doações para candidatos ou partidos políticos. Os bispos que assinaram o manifesto podem ser processados por calúnia e difamação e ser obrigados a pagar multa.?
A campanha eleitoral rasteira deste ano é um marco na história do País. A onda de mensagens preconceituosas pulverizada na internet pelos grupos ultraconservadores agora aliados dos tucanos debocha do poder de dicernimento do eleitorado. Recorrendo a artimanhas subterrâneas, foge ao debate de questões vitais para o avanço do Brasil. O volume e a rapidez de propagação de falsidades são inéditos. E não há dúvida de onde partem: após o primeiro turno, numa reunião da cúpula tucana em Brasília, foi distribuído um panfleto com instruções de como propagar uma campanha anti-Dilma na internet. Num dos trechos, há recomendação para que militantes visitem o site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, um dos fundadores da TFP (Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade), um dos grupos mais arraigados ao conservadorismo no País.
Apostando no peso do voto religioso, a central de boatos de Serra parece usar métodos da inquisição e fazer campanha para a sucessão de Bento XVI ? e não de Lula. Uma das providências desses militantes tucanos foi distribuir ?santinhos? com a foto e a assinatura de Serra, junto à inscrição ?Jesus é a verdade e a justiça?. Panfletos como este, porém, acabaram irritando muitos católicos. Menos de uma semana depois do vexame de Canindé, o evidente uso e abuso tucano de armações com radicais de ultradireita já dava sinais de fadiga. As feitiçarias e os supostos pecados começavam a recair sobre quem se esmerou em propagá-los. ?A Igreja não tem a tutela nem a missão de dominar a consciência política do povo?, disse padre Júlio Lancellotti, na terça-feira 19, durante um ato de apoio de juristas e intelectuais à candidata petista. O religioso e escritor Frei Betto fez coro: ?Bispos panfletários não falam em nome da Igreja nem da CNBB. É opinião pessoal, só que injuriosa, mentirosa e difamatória.?
Colaborou Francisco Alves Filho

A hipocrisia do aborto
Teoria e prática de Mônica Serra
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Nesta campanha, o casal Mônica e José Serra rompeu a fronteira entre o público e o privado ao dar conotação eleitoreira ao tema do aborto. Quando retirou o procedimento da categoria de saúde pública ou de foro íntimo, o casal abriu um flanco na própria privacidade. Serra vinha condenando de forma sistemática a descriminalização ao aborto. Mônica, por sua vez, havia sido ainda mais incisiva, intrometendo-se no assunto durante uma carreata com o marido em Duque de Caxias (RJ): ?Ela (Dilma) é a favor de matar as criancinhas?, disse a um ambulante que apoiava a candidata do PT. Não demorou para que o relato de um aborto feito por Mônica quando Serra vivia exilado no Chile virasse assunto público. O caso foi trazido à tona pela bailarina e coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos, ex-aluna de Mônica no curso de dança da Universidade de Campinas. Ao lado do marido, o antropólogo italiano Massimo Canevacci, Sheila assistia em sua casa a um debate entre os presidenciáveis quando Dilma Rousseff questionou Serra sobre ataques feito por Mônica. Surpreendida, Sheila se lembrou em detalhes de uma aula de psicologia ministrada em 1992 por Mônica para a sua turma na Unicamp. Ao discorrer sobre como os traumas da vida alteram os movimentos do corpo e se refletem no cotidiano, Mônica contara ao pequeno grupo de alunas do curso de dança que ficara marcada por um aborto que precisou fazer na época da ditadura, devido às condições políticas adversas em que vivia. ?Fiquei assustada com o duplo discurso de minha professora?, afirma Sheila, que na manhã seguinte colocou uma reflexão sobre o assunto em sua página na rede social Facebook.
A coreógrafa acreditava estar compartilhando a experiência com um grupo de amigos, mas o texto se espalhou, ganhou as páginas dos jornais e até uma nota oficial da campanha de Serra negando o aborto. Já Mônica e Serra não fizeram qualquer desmentido sobre o caso. Na sequência, Sheila recebeu milhares de apoios, mas também críticas, incluindo a de ter traído sua antiga professora. ?Foi ela quem traiu minha confiança como aluna e mulher?, diz a coreógrafa. ?Ela não é a mulher do padeiro, do dentista. Ela é a mulher de um candidato a presidente da República. O que ela fala e faz conta.?
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As atitudes das personalidades públicas contam tanto que chegam a provocar temor. Colega de classe de Sheila, a professora de dança C.N.X., 36 anos, também se lembra do depoimento de Mônica na universidade, mas pede para não ser identificada. Recém-aprovada em concurso de uma instituição federal, ela acredita que, se eleito presidente, Serra pode prejudicar sua carreira. Quanto à aula de 1992, C.N.X. conta que o grupo de alunas não chegava a dez e estava sentado em círculo quando Mônica comentou que um dos fatores que tinham alterado sua ?corporalidade? foi a vivência na ditadura e a necessidade de fazer o aborto. ?Ela queria ter o filho, não queria ter tirado?, diz a professora de dança. ?E eu fiquei muito chocada com o depoimento, pois na época era muito bobinha?, completa C.N.X., que passara no vestibular com apenas 16 anos e pela primeira vez vivia longe da família.
Na opinião da professora de dança, nada impede que, de 1992 para cá, Mônica tenha mudado de ideia: ?Mas ela não pode ser hipócrita. Sabe que o aborto é uma experiência traumática.? Trata-se também de um tabu no País, embora 5,3 milhões de brasileiras entre 18 e 39 anos tenham feito pelo menos um aborto, de acordo com o Ministério da Saúde. Mais da metade das brasileiras que se submete ao procedimento acaba internada devido a complicações da intervenção. Como se não bastasse, pode ser condenada a pena de um a três anos de detenção, como prevê o Código Penal de 1940, exceto para os casos de estupro ou de risco de morte da mãe. A mudança dessa lei ? ISTOÉ defende a descriminalização do aborto ? pode ser o primeiro passo para acabar com a hipocrisia e transformar a interrupção da gravidez em uma questão de saúde pública e de foro íntimo.