Veja faz plágio do 247 e atribui  documento ao PT 
Brasil 247

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No início de abril deste ano, começaram a  circular, na internet, vários rumores sobre uma viagem de Gilmar Mendes a  Berlim. No dia 5 do mesmo mês, publicamos, no 247, uma reportagem intitulada “Movimento na web tenta intimidar Gilmar Mendes”. Primeira  frase: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos  meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do  Supremo Tribunal Federal”.
Neste fim de semana, a mesma frase está  reproduzida num “documento” que Veja atribui ao PT, como prova de que o partido  tinha em Gilmar um de seus alvos preferenciais na CPI do Cachoeira. A legenda,  chamada “Plano de ataque”, diz que , “depois da tentativa frustrada de  intimidação patrocinada pelo ex-presidente Lula, o PT produziu um documento  repleto de insinuações contra o ministro Gilmar Mendes e os alvos preferenciais  do partido na CPI”.
Fica claro, portanto, que Veja plagiou  reportagem do 247 e atribuiu um de seus trechos ao PT, no que seria um plano  maligno para desmoralizar as instituições no Brasil. Curiosamente, era uma  reportagem em que tratávamos Gilmar como alvo de uma tentativa de intimidação – e não como alguém que tivesse feito algo de errado em Berlim.
Veja reproduz ainda outro trecho da matéria do  247. Um que diz que “um possível encontro do ministro Gilmar Mendes, do STF, com  o senador Demóstenes Torres, em Berlim, já vem sendo usado como instrumento  pelos que pretendem ressuscitar a Satiagraha”.
Portanto, o que Veja atribui ao PT é apenas  uma reportagem do 247. Repita-se: uma reportagem em que Gilmar aparece mais como  vítima do que como vilão da história.
Deve-se a descoberta à jornalista Cynara  Menezes, de Carta Capital, que publicou o texto Control C + Control Veja  em seu blog. Leia:
No centro do furacão desde que vieram à tona  suas relações no mínimo pouco éticas com os bandidos da quadrilha de Carlinhos  Cachoeira, a revista Veja parece ter pedido toda a noção de ridículo. Sua capa  desta semana é uma farsa: o “documento” que a semanal da Abril alardeia ter sido  produzido pelo PT como estratégia para a CPI de Cachoeira é, na verdade, um  amontoado de recortes de reportagens de jornais, revistas e sites  brasileiros.
Confira neste link os fac-símiles do suposto “documento” que a revista apresenta com “exclusividade” e compare com os outros  links no decorrer deste texto: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-manual-do-pt-para-instrumentalizar-a-cpi-do-cachoeira
Segundo a revista, os trechos que exibe fariam  parte de um “documento preparado por petistas para guiar as ações dos  companheiros que integram a CPI do Cachoeira”. Mas são na realidade pedaços  copiados e colados diretamente (o manjado recurso Ctrl C+ Ctrl V dos  computadores) de reportagens de terceiros, sem mudar nem uma vírgula. O primeiro  deles: “Uma ala poderosa da Polícia Federal, com diversos simpatizantes nos  meios de comunicação, não engole há muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do  Supremo Tribunal Federal” saiu de uma reportagem de 6 de abril do site Brasil  247, um dos portais de notícia, aliás, que os colunistas online de Veja vivem  atacando com o apelido de “171″ (número do estelionato no código penal). Mas  quem é que está praticando estelionato com os leitores, no caso?
Outro trecho do “documento exclusivo” de Veja  é um “copiar e colar” da coluna painel da Folha de S.Paulo do dia 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar temporariamente o caso. Membros do próprio  Ministério Público contestam essa decisão em privado. Acham que, com as  informações em mãos, o procurador-geral tinha de arquivar, denunciar citados sem  foro privilegiado ou pedir abertura de inquérito no STF”.
Link (para assinantes): http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/36999-painel.shtml
Mais um trecho do trabalho de jornalismo “investigativo” com que a Veja brinda seus leitores esta semana: “Em uma  conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor Carlinhos Cachoeira,  gravada pela Polícia Federal (…)”, é o lead de uma reportagem do jornalO Estado  de S.Paulo do dia 28 de abril.
Pelo visto, os espiões da central Cachoeira de  arapongagem, que grampeavam pessoas clandestinamente para fornecer “furos” à  Veja, estão fazendo falta à semanal da editora Abril…
Leia mais em: O Esquerdopata
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