quinta-feira, 15 de março de 2012

Ascensão social: Nunca antes na historia deste País...

Microcrédito 

Talvez um dos fatos importantes a respeito da sociedade brasileira seja a afirmação de "identidade" de um enorme contingente populacional que gosta de imaginar-se como "classe média".

Isso, obviamente, não é acidente nem produto espontâneo. É consequência de um processo civilizatório recente em que as políticas sociais sujeitas a algumas condicionalidades foram mais bem focadas.

Paralelamente, houve uma "inclusão" desses cidadãos na economia de "mercado" devido ao forte aumento das oportunidades de emprego e ao acesso ao crédito.

Uma das características mais marcantes desses novos cidadãos é a "internalização" de que o fator mais importante para "subir na vida" é a conquista da educação para si e para seus filhos, ainda que lhes custe enormes sacrifícios.

Só não percebe essa ascensão social quem sofre de miopia. É tal ascensão que vai continuar a permitir a construção de um mercado interno capaz de garantir o mínimo de economicidade e "incluir" o Brasil, de forma adequada e relativamente segura, na globalização avassaladora que fragmentou o processo produtivo.

Esses fatos são visíveis na recente pesquisa feita pela Fondapol (Fondation pour l'Innovation Politique), em meados de 2011, com jovens de 25 países, em que se perguntou: 1º) Você acha seu futuro promissor ("prometteur")?; 2º) Você acha o futuro do seu país promissor?

À primeira pergunta 87% dos jovens brasileiros responderam afirmativamente, e à segunda, 72%. Isso contrasta com os EUA, onde à primeira pergunta 81% responderam afirmativamente, mas à segunda, apenas 37%. O curioso é que na China a coisa se inverte: 73% creem que têm futuro promissor, mas 82% creem no futuro promissor do seu país.

O governo decidiu estimular o Banco do Brasil -agora proprietário do Banco Postal- e a Caixa Econômica Federal -que controla as "lotéricas"- a expandirem cuidadosa e seguramente o microcrédito, com taxas de juros mais acessíveis e menor burocracia, o que deve aumentar a "inclusão" social.

É importante dizer que, para fazê-lo, não se cogita subsídio do Tesouro ou violação das garantias exigidas pelo Banco Central, mas, sim, redução da distância entre os bancos e o tomador de crédito, diminuindo o evidente constrangimento dos mais pobres de acessarem os bancos.

Isso vai ser feito aproveitando a "imagem" e a reputação secular do BB e da CEF -que, para os mais simples, significam segurança absoluta. A economia de escala deve tornar os seus "spreads" mais atrativos do que os dos bancos privados que só agora começam a "descobrir" os potenciais novos clientes e vão ter que disputá-los.

A direita não presta


Não é de hoje que a direita não gosta de presidente que governe beneficiando os pobres, de presidente comprometido com inclusão social.Sempre foi  e sempre assim será.



No livro João Goulart, Uma Biografia, tão bem comentado pelo deputado Emiliano José (PT-BA) na postagem anterior, o autor, logo na apresentação do livro, diz:A biografia de João Goulart permite ao historiador encontrar meios para compreender aspectos importantes da história contemporânea do país, tornando-se uma “janela” para visualizar o passado. Muitos dos problemas econômicos, políticos, sociais e culturais da atualidade, bem como os dilemas, as contradições, as práticas e as tradições de esquerdas no presente, podem ser compreendidos por esse passado político. Muitas respostas aos problemas atuais vividos pela sociedade brasileira, não tenho dúvida, podem ser encontradas na época de João Goulart”.

Pois é, todos os tipos de qualificações, de acusações, de mentiras, de organizações golpistas que houve na época de João Goulart, repetiu-se com a ascensão do PT, o maior partido de esquerda na América Latina, ao Poder. Só mudaram os personagens da história.
Vejamos:
Saiu Carlos Lacerda e entrou José Serra.
Saiu a UDN,  o PSDB e o DEM ficaram em seu lugar.
Hoje, para a felicidade da sociedade não idiotizada, não há mais o Correio da Manhã, a Tribuna da Imprensa, o jornal Diário de Notícias, mas, em compensação, há  Veja, IstoÉ, Época.
Saiu o Globo do velho Roberto Marinho e entrou O Globo dos filhos de Marinho.
Saiu O Estado de São Paulo, de Júlio Mesquita, um dos líderes do golpe de 1964 e entrou os filhos de Júlio Mesquita.
Saiu a Folha de S Paulo de Octávio Frias Filho e entrou a Folha de Otavinho.
Hoje não há mais o IBAD, o IPES, mas, infelizmente, existe, o Instituto Millenium, a CNBB, a UDR, a FIESP, Os Cansados.
Ontem, os golpistas acusavam João Goulart de ser aliado da URSS, de Cuba. Hoje, mais precisamente no governo Lula, os golpistas acusaram Lula de ser aliado da Venezuela, da Bolívia, das Farcs, de Kadaffi, de Mahmoud Ahmadinejad. Assim como acusam, atualmente, o governo de Dilma Rousseff.
Expressões como pelego, aparelhamento do Estado, política de conciliação, República Sindicalista, terroristas de esquerdas, populismo, apadrinhamento político, fisiologismo são as mesmas usadas atualmente. Assim como Goulart foi acusado disso tudo, Lula também foi e Dilma continua sendo.
Goulart foi acusado de ser o presidente mais corrupto da história do Brasil, Lula também foi. E a bem da verdade, nem um nem outro foi corrupto, corrupto de verdade foi o governo FHC.
Portanto, a direita mesquinha, corrupta, bandida, burguesa, golpista sempre vai agir assim.É  só um presidente de esquerda trabalhar em favor dos despossuídos, como dizia João Goulart, que a direita vai fazer de tudo para derrubá-lo.
Leia mais em: O Esquerdopata e no Terror do Nordeste
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