Folha e Esradão nos dão hoje o mais evidente exemplo de como a mesma notícia pode ser tratada para gerar otimismo ou pessimismo.
Tecnicamente, ambas estão corretas.
Economicamente, ambas estão incorretas.
Não há uma crise imobiliária, assim como não há um boom imobiliário.
Há uma recuperação progressiva nas vendas do setor, que tinham mesmo de cair com a evolução absurda dos preços cobrados. Os preços dos imóveis em em São Paulo subiram, só este ano, 27% e quase 150% nos últimos três anos.
Em segundo lugar, a intensidade com que evoluiu a oferta de imóveis, desde o final de 2007, aliviou um pouco do déficit histórico que o setor acumulava, pela falta de financiamento.
E, em terceiro lugar, qualquer garoto de ginásio sabe que o custo do crédito (cujo nome é juro) subiu em 2011. Como imóvel, mais que qualquer outro bem, depende do crédito…
Infelizmente, ambos os jornais “pulam” a informação mais importante, distribuída pelo próprio sindicato das empresas imobiliárias na forma de um gráfico esclarecedor, que a gente reproduz ao lado.
Imóveis, mesmo para serem vendidos na planta, demandam meses entre a decisão de investir em sua construção e realizar sua comercialização. É preciso fazer a comprado terreno, o projeto, a incorporação…
A crise de 2008, que encontrou o mercado aquecido, desacelerou obras e a decisão de investir em novas unidades. De fins de 2009 para cá, com pequenos oscilações, o que se observa é uma tendência contínua de novos lançamentos.
O que vai forçar, senão uma retração, ao menos uma desaceleração na alta do preço dos imóveis.
Infelizmente, é com este nível de superficialidade que notícias econômicas de importância para a população (e que importância tem a decisão sobre a compra de um imóvel) acabam sendo tratadas por um jornalismo pueril.
Do tijolaço
Do tijolaço
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