Faz sentido. Ao optar por abrir mão do bom jornalismo - O QUE FEZ JÁ HÁ UM BOM TEMPO - a publicação carro-chefe da Editora Abril vem perdendo sistematicamente o principal ativo que caracteriza qualquer veículo da imprensa livre: a credibilidade.
VEJA fez uma clara opção; deixou de ser um órgão de comunicação, para se transformar em um veículo panfletário da extrema direita conservadora. Há muito tempo tornou-se um manifesto ideológico semanal, fazendo campanhas contra o governo e seus aliados, distorcendo entrevistas e passando ao largo dos fatos.
Revista converteu-se em mero órgão panfletário
Isso quando não lança mão de práticas criminosas de apuração, como aquela de que fui alvo para a realização da edição de 31 de agosto passado e pela qual processo a revista. Naquela ocasião, o repórter de VEJA, Gustavo Ribeiro, foi flagrado em duas tentativas sucessivas de invasão ao meu quarto no Hotel Nahoum em Brasília.
Houve a tentativa de invasão do local em que eu morava, além da divulgação de imagens na revista, obtidas por meios escusos, através do circuito interno de TV do hotel. Sem falar na divulgação de impropérios e inverdades publicadas a meu respeito (
Leia mais neste blog).
O que há por trás dessas tentativas de promoção de assinaturas de VEJA agora é sua tentativa de manter a circulação - já teve mais de um milhão de assinantes - apesar de sua opção sistemática pela manipulação de temas que vão da luta contra a corrupção aos projetos nacionais dos governos Lula e Dilma.
Esquece que veículo da grande mídia não reverte decadência
A prática desse falso moralismo de VEJA copia a da velha UDN. Esta, na única vez em que chegou ao poder pelo voto (1960), seu presidente da República, Jânio Quadros, renunciou ao mandato seis meses e 25 dias depois, jogando o país numa crise institucional sem precedentes.
A UDN, como não conquistava o poder pelo voto, rondava quartéis. Em 1961, jogou-nos, então, na crise que abriu as portas para o golpe de 1964, que descambou para a ditadura militar de 25 anos onde a corrupção imperou mas que, pela censura à imprensa e o terror imposto aos políticos, nem podia ser denunciada.
Em casos mais recentes, a mesma VEJA também foi parceira na criação do mito “o caçador de marajás”, personificado por Fernando Collor de Mello, que ela própria foi obrigada, mais tarde, a se integrar à campanha nacional para afastá-lo da Presidência da República.
As bandeiras de VEJA, portanto, são velhas conhecidas e na defesa delas a revista é reincidente. Por isso, precisa apelar para esse tipo de marketing. Duvido que funcione. Até porque ela parece ignorar um ponto inexorável da história da grande mídia: nenhum jornalão, revista, rede de rádio ou TV conseguiu estancar a degringolada (até fechar) quando entrou em decadência.
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