segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Editorial do Estadão ou por que a mídia é o partido deles

Considero desnecessário qualquer comentário sobre o Editorial deste domingo (29) do Estadão. Ele fala por si só.
Agora a capital, depois o Estado
Editorial – O Estado de S.Paulo
Se ainda restasse alguma sombra de dúvida, a apoteose armada pelo lulopetismo para a despedida de Fernando Haddad do Ministério da Educação escancarou o óbvio: o projeto de poder, com inegável competência idealizado e até agora executado por Luiz Inácio Lula da Silva, passa, necessariamente, pela imposição da hegemonia do Partido dos Trabalhadores no Estado de São Paulo, a começar pela reconquista da Prefeitura da capital.
Assim, a solenidade de transmissão de cargo realizada na última terça-feira no Palácio do Planalto, com a arrebatadora presença de um Lula que as circunstâncias elevaram à condição de quase divindade, não foi convocada para assinalar uma despedida, mas para glorificar o retumbante advento de mais uma figura ungida pelo Grande Chefe, desta vez com a missão estratégica de fincar em solo bandeirante a flâmula com a estrela do PT. E ganhar a Prefeitura em outubro é apenas o primeiro passo, o trampolim para a conquista inédita sem a qual a hegemonia política dos petistas no País continuará tendo um travo amargo: não controlar o governo do mais importante Estado da Federação.
A candidatura do ex-ministro da Educação à chefia do Executivo paulistano emerge estimulada por circunstâncias favoráveis. É claro que Haddad ainda terá que comprovar um mínimo de competência numa área de atuação em que é neófito. Mas se vocação para o palanque fosse indispensável, Lula não teria feito sua sucessora em 2010. O que importa é que, repetindo o que deu certo em 2010 em escala muito mais ampla, o novo escolhido pelo Grande Chefe se apresentará na campanha municipal exatamente com essa credencial: ser o candidato de Lula, e com toda a liderança – mesmo que em alguns casos sob certo constrangimento – e a aguerrida militância do PT empenhadas numa questão que para eles já se tornou ponto de honra – vencer em São Paulo.
Por outro lado, o ex-ministro da Educação terá que se haver, durante a campanha eleitoral, com as cobranças a respeito dos notórios pontos negativos de sua gestão no Ministério, em particular as reiteradas lambanças do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais na administração do Enem. Mas essas são questões concretas, objetivas, que exigirão um mínimo de racionalidade no trato. Nada que não possa ser facilmente obscurecido e suplantado pelo enorme componente emocional que o forte e revigorado carisma de Lula colocará a serviço de seu candidato. Favorece ainda os planos petistas o fato de a candidatura de Haddad ser talvez a única que poderá se apresentar com uma credencial inequívoca de oposição ao poder municipal. E oposição é algo que, historicamente, o PT sabe fazer muito bem.
Por outro lado, o maior adversário do PT em São Paulo, o PSDB, não apenas demonstra enorme dificuldade para articular uma candidatura competitiva, como enfrenta o problema adicional de permanecer numa posição ambígua, sem um discurso claro, em relação à Prefeitura: não é exatamente situação nem oposição, embora tenha o rabo preso com a gestão Kassab. A rigor, o partido situacionista no Município de São Paulo é o partido do prefeito, o novo PSD, hoje a terceira maior bancada no Congresso Nacional, mas que ainda não passou pelo teste das urnas. E, correndo por fora, sabendo que não tem nada a perder, o PMDB manifesta até agora intenção de permanecer na disputa com o candidato que recrutou exatamente para esse fim.
Para embaralhar ainda mais o quadro, torna-se cada vez mais concreta a possibilidade de Gilberto Kassab fazer algum tipo de aliança do seu PSD com o PT – por paradoxal que isso seja. Segundo o prefeito tem confidenciado a seus interlocutores, essa é uma opção a que ele está sendo praticamente impelido por aqueles que seriam seus aliados naturais.
De qualquer modo, o que importa é que na disputa pela Prefeitura de São Paulo está em jogo muito mais do que o poder municipal. Um dos fundamentos do regime democrático é a possibilidade de alternância no poder no âmbito federal, que está ameaçado pela perspectiva de o lulopetismo estender seus domínios ao que de mais politicamente significativo ainda lhe falta: a cidade e o Estado de São Paulo. Se existe uma oposição no País, está na hora de seus líderes pensarem seriamente nisso. E agir.
No Blog do Rovai

Estadão com medo: teme que PT ganhe eleição e presidenta Dilma se reeleja e faça sucessor


 
Publicado em 30-Jan-2012

O Estadão - na verdade os Mesquitas - está assustado com a possibilidade de o PT de novo governar a cidade de São Paulo, último bastião da oposição segundo ele afirma em seu principal editorial do fim de semana "Agora a capital, depois o Estado". Mas nós já governamos São Paulo duas vezes - com as prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy - e bem melhor que os tucanos. O fato é que este editorial do jornal é típico dos velhos tempos em que faziam e derrubavam governos, ganhavam eleição com apoio da embaixada norte-americana e de dinheiro de suas agências. Os Mesquitas lamentam que a oposição não se una e a convocam para sua missão: evitar que o PT governe o Estado, há 30 anos nas mãos dos tucanos. Querem alternância de poder no governo federal. Para eles, democracia e alternância só valem no âmbito federal? Não podemos nem devemos trocar o poder em São Paulo nunca?

O Estadão - na verdade os Mesquitas - está assustado com a possibilidade de o PT de novo governar a cidade de São Paulo, último bastião da oposição segundo ele afirma em seu principal editorial do fim de semana (publicado neste domingo) "Agora a capital, depois o Estado".
 
Mas, nós já governamos São Paulo duas vezes - com as prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy - e bem melhor que os tucanos. Para não falar no ex-prefeito Jânio Quadros e nos ex-prefeitos Paulo Maluf-Celso Pitta, governamos melhor que a dupla José Serra-Gilberto Kassab. E olha que não tínhamos nem de perto, nem 1/3 dos recursos orçamentários e o apoio do governo do Estado que hoje a capital paulista tem.
 
O fato é que fizeram um editorial típico dos velhos tempos quando faziam e derrubavam governos, ganhavam eleição com apoio da embaixada norte-americana e de dinheiro de suas agências. Os Mesquitas lamentam que a oposição não se una e a convocam para sua missão: evitar que o PT governe o Estado de São Paulo.

Razão do editorial: medo de PT ganhar eleições

 Mas, a verdadeira razão do Estadão é o medo de que a presidenta Dilma Rousseff se reeleja em 2014 e ainda faça o seu sucessor em 2018. É isso o que diz o editorial choramingando sobre a alternância no poder federal mas esquecendo que os tucanos governam São Paulo há exatamente 20 anos.

 Sem contar os três governos anteriores do PMDB, de Franco Montoro, Orestes Quércia, e Luiz Antônio Fleury Filho, cujos principais líderes estão hoje integrados ao tucanato. Então, a democracia só vale no âmbito federal? Não podemos nem devemos trocar o poder em São Paulo nunca?
O jornalão rasga a fantasia. Ainda que ao estilo da mídia brasileira, sem assumir diretamente que é pró-PSDB é isso que o Estadão faz com esse editorial em que berra para os tucanos se mexerem em São Paulo. O editorial adverte para o "apocalipse" que se aproxima, o absurdo de o PT querer ganhar a prefeitura de SP na eleição deste ano.

 Travo amargo: nosso, ou deles?

No editorial, o jornal "adverte":"ganhar a Prefeitura em outubro é apenas o primeiro passo, o trampolim para a conquista inédita sem a qual a hegemonia política dos petistas no País continuará tendo um travo amargo: não controlar o governo do mais importante Estado da Federação.
"A candidatura do ex-ministro da Educação - prossegue O Estado de S.Paulo - emerge estimulada por circunstâncias favoráveis. É claro que Haddad ainda terá que comprovar um mínimo de competência numa área de atuação em que é neófito. Mas, se vocação para o palanque fosse indispensável, Lula não teria feito sua sucessora em 2010.

 "O que importa - diz em outro trecho - é que, repetindo o que deu certo em 2010 em escala muito mais ampla, o novo escolhido pelo Grande Chefe se apresentará na campanha municipal exatamente com essa credencial: ser o candidato de Lula, e com toda a liderança (...) e a aguerrida militância do PT empenhadas numa questão que para eles já se tornou ponto de honra - vencer em São Paulo".

Pode fazer editorial que quiser; é ilegal fazer campanha

 Em outro ponto, um "aviso" do jornal aos seus leitores e aos eleitores: "De qualquer modo, o que importa é que na disputa pela Prefeitura de São Paulo está em jogo muito mais do que o poder municipal. Um dos fundamentos do regime democrático é a possibilidade de alternância no poder no âmbito federal, que está ameaçado pela perspectiva de o lulopetismo estender seus domínios ao que de mais politicamente significativo ainda lhe falta: a cidade e o Estado de São Paulo. Se existe uma oposição no País, está na hora de seus líderes pensarem seriamente nisso. E agir".

 O jornal dos Mesquitas pode escrever o editorial que bem entender, mas não pode fazer campanha. Isto é abuso do poder econômico e ilegal. Mas, parece que vai fazer. Aliás, já começou com o tom da matéria publicada ontem sobre creches, onde já cita nominalmente nosso candidato a prefeito Fernando Haddad.

 Mas, como já conhecemos nossa mídia, diante de quaisquer reparos a esses abusos/campanha eleitoral que já começaram a fazer, o Estadão vai apelar para a liberdade de imprensa, dizer que esta estáq ameaçada, para poder violar a lei eleitoral e fazer campanha descaradamente para os tucanos.Blog do Zé.

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