"Boa noite a todos os cidadãos
paulistanos, aos moradores da cidade de São Paulo. Minhas amigas e meus
amigos, pela vontade soberana dos paulistanos, sou agora o prefeito
eleito de São Paulo. Uma alegria imensa e uma enorme responsabilidade
dividem espaço no meu peito. O sentimento mais forte, porém, é de
gratidão. Eu quero agradecer em primeiro lugar aos milhões de homens e
mulheres que me confiaram o voto. Muito obrigado aos moradores de São
Paulo. Em seguida à minha família, minha mulher Ana Estela, minha filha
Carolina, meu filho Frederico, que fizeram juntos muito sacrifício para
me ajudar nessa jornada.
Quero agradecer do fundo do coração ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Viva o presidente Lula. Agradeço ao presidente Lula do fundo do
coração pela confiança, pela orientação e apoio sem os quais seria
impossível eu lograr qualquer êxito nas eleições. Quero agradecer
fortemente a uma outra grande liderança nacional, a presidenta Dilma
Rousseff. Agradeço à presidenta Dilma pela presença vigorosa na campanha
desde o primeiro turno, pelo estímulo pessoal e o conforto nos momentos
mais difíceis dessa campanha. Quero agradecer aos partidos coligados no
primeiro turno, nos quais sintetizo minha homenagem na figura da
valorosa companheira, minha vice, Nádia Campeão.
Quero agradecer aos apoiadores que ampliaram nossa corrente no segundo
turno, nos quais sintetizo minha homenagem e meu agradecimento nas
figuras do querido deputado Gabriel Chalita e do vice-presidente Michel
Temer. Muito obrigado, Michel Temer.
E quero fazer um agradecimento super especial ao meu grande partido, o
Partido dos Trabalhadores. Partido que se lançou de corpo e alma nessa
luta pacífica em favor do povo de São Paulo. Como seria impossível
numerar os milhares de batalhadores diretos, sintetizo o meu
agradecimento e homenagem na figura decisiva e equilibrada do
coordenador da minha campanha, vereador Antonio Donato.
Quero agradecer por último, mas não menos importante, agradecer a todos
os meus opositores, porque me obrigaram nessa campanha a extrair o
melhor de mim para poder superá-los numa disputa limpa e democrática. A
todos, indistintamente, o meu muito obrigado.
Minhas amigas e meus amigos, fui eleito por um sentimento de mudança que
domina a alma do povo de São Paulo e sei da enorme responsabilidade de
todos que são eleitos pela força deste signo, o signo da mudança. Ser
prefeito pela força da mudança significa não ter tempo a perder, não ter
medo de enfrentar, nem ter justificativas a dar para tornar esse sonho
realidade. Significa não ter paciência nem pedir paciência, mas
significa, antes de tudo, traçar prioridades e unir a cidade em torno de
um projeto coletivo, de todos os paulistanos, de todos os moradores de
São Paulo.
Meu objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado
pela maioria do povo de São Paulo: é diminuir a grande desigualdade
existente em nossa cidade, é derrubar o muro da vergonha que separa a
cidade rica e a cidade pobre.
Somos uma das mais ricas e ao mesmo tempo uma das mais desiguais do
planeta. Não podemos deixar que isso siga assim por tempo indeterminado,
exatamente num período que o Brasil vem passando por umas das mudanças
sociais mais vigorosas do mundo. A prefeitura tem um papel importante
nisso, pois é ela que cuida da oferta e da qualidade de alguns dos
serviços públicos mais essenciais, como a saúde, o transporte, a
educação, a habitação, entre outros. Melhorar esses serviços é também
uma forma concreta de distribuir renda, diminuir os desequilíbrios,
aumentar e garantir a paz social.
Sei que esta não é uma tarefa fácil, dada a complexidade dos problemas
que vêm se acumulando ao longo dos últimos anos, Mas se São Paulo não
conseguir resolver seus problemas, que cidade no Brasil e no mundo
conseguirá fazê-lo?
O fracasso de São Paulo seria o fracasso desse genial modelo de
convivência que a humanidade desenhou ao longo dos séculos para
sobreviver e ser feliz. Esta invenção insuperável do gênero humano, que
se chama cidade. E as cidades foram inventadas para unir, e não para
desunir, para proteger, e não para fragilizar, para acarinhar, e não
para violentar, para dar conforto e não sofrimento. São Paulo tem seus
grandes problemas, mas tem e terá as suas próprias soluções.
O Brasil moderno nasceu aqui, e o surpreendente Brasil do novo milênio
também nascerá aqui, se corrigirmos os nossos erros, se superarmos a
inércia, se quebrarmos o imobilismo, e se recuperarmos a alma criativa e
o espírito de empreendedorismo que sempre foram a marca de São Paulo. O
mais fundamental, porém, é agregarmos a tudo isso uma profunda
consciência social. É hora, repito, de fazer nascer uma nova São Paulo,
capaz não apenas de se autocriticar, ou de se lamentar, mas de se
reconstruir.
O primeiro passo que quero dar a partir de hoje é fazer com que a
prefeitura recupere seu papel de liderar as forças criativas e
produtivas e sociais da cidade. Nossa intelectualidade nunca perdeu sua
capacidade de pensar, mas a prefeitura por vezes perdeu o interesse de
atraí-las para um trabalho parceiro. Nossas forças produtivas nunca
deixaram de crescer e progredir, mas a prefeitura por vezes se inibiu no
papel de desenhar políticas urbanas de desenvolvimento, capazes de
corrigir as distorções urbanísticas e abrir novas perspectivas para a
cidade. Nossos movimentos sociais nunca deixaram de pensar, defender e
expressar as ideias e sentimentos dos setores mais desprotegidos, porém,
a prefeitura por vezes deixou de ouvi-los com a constância e
sinceridade necessárias.
É hora, portanto, de atrair, unir e estimular as forças vivas o
pensamento paulistano para um trabalho acima de interesses individuais
ou partidários. São Paulo é nossa, São Paulo é de todos nós.
Para esta ação convido todas as mulheres e todos os homens de São Paulo,
jovens e velhos, de todas as classes sociais, e de todas as colorações
partidárias. Mas não conseguiremos essa meta se também não nos abrirmos
cada vez mais para o Brasil e para o mundo. São Paulo não é uma ilha
política, tampouco uma cidade de muralhas. São Paulo precisa firmar
parcerias vigorosas, na esfera pública com o governo federal, com o
governo estadual, e na esfera privada, com o que exista de mais avançado
em pensamento e tecnologia no mundo.
Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidenta Dilma,
mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos
criativos e irrecusáveis. Não adianta o governo federal se dispor a
ajudar se nós, moradores de São Paulo, não fizermos nossa parte,
apresentando a contrapartida da criação e da execução.
São Paulo tem que voltar a ser farol e antena. Farol pra iluminar seus
passos e os passos do Brasil. Antena para captar o que existe de mais
moderno, e para transmitir o que crie de mais diferenciado para nosso
país e para o mundo.
Mas, como já disse, São Paulo tem que ser antes de tudo uma cidade-lar,
um teto digno, limpo e decente, debaixo do qual toda família possa
realizar seu sonho de ser feliz.
São Paulo é de todos os nascidos aqui, é de todos os que vieram para cá, São Paulo é de todo o Brasil. Muito obrigado."
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