Do Blog do Kotscho - Publicado em 29/10/12 às 12h25
Ricardo Kotscho
Perderam para Lula em 2002.
Perderam para Lula em 2006.
Perderam para Lula e Dilma em 2010.
Perderam para Lula e Haddad em 2012.
A aliança contra Lula e o PT montada pelos barões da mídia reunidos no Instituto Millenium sofreu no domingo mais uma severa derrota.
Eles simplesmente não aceitam até hoje que tenham perdido o poder em 2002, quando assumiu um presidente da República fora do seu controle, que não os consultava mais sobre a nomeação do ministro da Fazenda, nem os convidava para saraus no Alvorada.
Pouco importa que nestes dez anos tenha melhorado a vida da grande maioria dos brasileiros de todos os níveis sociais, inclusive a dos empresários da mídia, resgatando milhões de brasileiros da pobreza e da miséria, e dando início a um processo de distribuição de renda que mudou a cara do País.
Lula e o PT continuam representando para eles o inimigo a ser abatido. Pensaram que o grande momento tinha chegado este ano quando o julgamento do mensalão foi marcado, como eles queriam, para coincidir com o processo eleitoral.
Uma enxurada de capas de jornais e revistas com quilômetros de textos criminalizando o PT e latifúndios de espaço sobre o julgamento nos principais telejornais nos últimos três meses, todas as armas foram colocadas à disposição da oposição para o cerco final ao ex-presidente, mas a bala de prata deu chabu.
Na noite de domingo, quando foram anunciados os resultados, a decepção deve ter sido grande nos salões da confraria do Millenium, como dava para notar na indisfarçada expressão de derrota dos seus principais porta-vozes, buscando explicações para o que aconteceu.
Passada a régua nos números, apesar de todos os ataques da grande aliança formada pela mídia com os setores mais conservadores da sociedade brasileira, o PT de Lula e Dilma saiu das urnas maior do que entrou, como o grande vencedor desta eleição.
"PT — O maior vencedor" é o título do quadro publicado pela Folha ao lado dos mapas das Eleições em todo o País. Segundo o jornal, o PT "foi o campeão em dois dos mais importantes critérios. Além de ter sido o mais votado no 1º turno (17,3 milhões), é o que irá governar para o maior número de eleitores".
De fato, com os resultados do segundo turno, o PT irá governar cidades com 37,1 milhões de habitantes, onde vive 20% do eleitorado do País. Com cidades habitadas por 30,6 milhões, o segundo colocado foi o PMDB, principal partido da base aliada.
"Em relação aos resultados das eleições de 2008, o total de eleitores governados por prefeitos petistas crescerá 29% em 2013, quando os eleitos ontem e no primeiro turno deverão assumir", contabiliza Ricardo Mendonça no mesmo jornal.
Do outro lado, aconteceu exatamente o contrário: "Já os partidos que fazem oposição ao governo Dilma Rousseff saem da eleição menores do que entraram. Na comparação com 2008, PSDB, DEM e PPS, os três principais oposicionistas, terão 309 prefeituras a menos. Puxados para baixo principalmente pelo DEM, irão governar para 10,5 milhões de eleitores a menos".
Curiosa foi a manchete encontrada pelo jornal "O Globo" para esconder a vitória do PT: "Partidos ficam sem hegemonia nas capitais". E daí? Quando, em tempos recentes, algum partido teve hegemonia nas capitais? Só me lembro da Arena, nos tempos da ditadura militar, que o jornal apoiou e defendeu, quando não havia eleições diretas.
O que eles estarão preparando agora para 2014? Sem José Serra, que perdeu de novo para um candidato do PT que nunca havia disputado uma eleição, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, eleito com 55,57% dos votos, terão que encontrar primeiro um novo candidato.
Ao bater de frente pela segunda vez seguida num "poste do Lula", o tucano preferido da mídia corre agora o risco de perder também a carteira de motorista.
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PT conquista 7 das 10 maiores cidades da Grande São Paulo
O PT conquistou sete das 10 cidades com maior eleitorado da região
metropolitana de São Paulo e aumentou seu domínio na mesma região em
comparação à última eleição, quando elegeu seis prefeitos nesses
municípios.
Com a vitória do petista Fernando Haddad em São Paulo, e de Carlos Grana
em Santo André, o partido conquista duas prefeituras que estavam sob
domínio de outras legendas, o PSD, em São Paulo e o PTB, em Santo André e
passa a comandar agora a maior cidade do Brasil e uma das maiores do
Estado.
Em outras cinco cidades sobre seu domínio, o partido conseguiu manter-se
no governo. Em Guarulhos, segundo maior colégio eleitoral do Estado,
Sebastião Almeida se reelegeu com 60% dos votos, e derrotou, no segundo
turno, Carlos Roberto (PSDB).
Em São Bernardo do Campo, casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e terceiro maior colégio eleitoral do Estado, Luiz Marinho se
reelegeu logo no primeiro turno. Ligado a Lula, o petista é um dos
cotados a disputar o governo de São Paulo, em 2014 e fortalece seu nome
com o desempenho desta eleição.
Em Osasco, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manter a cassação da
candidatura de Celso Giglio (PSDB), que foi o mais votado no primeiro
turno, o petista Jorge Lapas, venceu a eleição e mantém a cidade sob o
comando da legenda, assumindo o posto no lugar de Emídio de Souza (PT).
Em Mauá, Donisete Braga assume o executivo da cidade no lugar de Oswaldo
Dias (PT), que venceu a eleição de 2008 e reassumiu o comando do PT na
cidade. Em Carapicuíba, Sergio Ribeiro (PT) conseguiu sua reeleição já
no primeiro turno, com 67,68% dos votos, e também mantém a cidade sob o
controle petista.
Além dessas sete cidades, o PT também passará a administrar outros dois
municípios da Grande São Paulo, região que abrange um total de 39
cidades. O partido também controlará, a partir de janeiro de 2013, as
cidades de Embu, com Chico Brito, e Franco da Rocha, com Kiko.
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