As ruas de Teresina se tornaram uma praça de guerra na tarde desta terça-feira, numa jornada de protestos que se iniciou no dia 2 deste mês, quando o atual prefeito da cidade anunciou o aumento da passagem e uma integração de araque no transporte público local.
Veja abaixo um vídeo feito por um manifestante dos conflitos que pesquei no youtube (o som está ruim, mas vale pelas imagens). Há ainda sequênicas de imagens piores, como a de uma menina que foi covardemente arrastada pela rua por um bando de policiais.
Veja abaixo um vídeo feito por um manifestante dos conflitos que pesquei no youtube (o som está ruim, mas vale pelas imagens). Há ainda sequênicas de imagens piores, como a de uma menina que foi covardemente arrastada pela rua por um bando de policiais.
Quem administra Teresina no momento é o empresário Elmano Ferrer, do PTB. A cidade foi governada pelo PSDB nos últimos 18 anos. Em 2010 o tucano Silvio Mendes renunciou o mandato para ser candidato a governador.
E perdeu.
Os estudantes têm sido tratados como bandidos pela mídia local. Por este motivo, publico um texto produzido a partir de um relato que me foi enviado por Álvaro Dias Feitosa, estudante de Direito da Universidade Federal do Piauí, e Lucas Vieira, advogado. Atentem para um fato absurdo, em Teresina, o cartão de integração será administrado por empresa de cartão de crédito. E poderá ser utilizado como tal.
E perdeu.
Os estudantes têm sido tratados como bandidos pela mídia local. Por este motivo, publico um texto produzido a partir de um relato que me foi enviado por Álvaro Dias Feitosa, estudante de Direito da Universidade Federal do Piauí, e Lucas Vieira, advogado. Atentem para um fato absurdo, em Teresina, o cartão de integração será administrado por empresa de cartão de crédito. E poderá ser utilizado como tal.
Por que os estudantes estão na ruas
No final de agosto e começo de setembro de 2011, o atual prefeito anuncia o aumento da passagem em Teresina de 1,90 para 2,10 reais. Depois de cinco dias de longos e intensos protestos realizados pelos estudantes no centro da cidade, o governo recua na sua primeira tentativa de aumentar o valor da tarifa.
Buscando dar um golpe na população e apostando que as festas de fim de ano impediriam uma mobilização, o prefeito Elmano Ferrer (PTB), assinou um decreto nos últimos dias de 2011 elevando a tarifa para R$ 2,10, em 2012, e criando a integração do transporte, antiga reivindicação do movimento social local.
Mas em Teresina a integração se limitaria a diminuir pela metade o valor da 2ª passagem e desde que ela venha a ser realizada 1 hora após o embarque no primeiro ônibus.
Além disso, segundo a própria STRANS (Superintendência de Transportes e Trânsito), a integração só aconteceria em 35% das linhas, e cada linha só poderia se “integrar” com outras linhas pré-determinadas pela prefeitura.
Por conta da “integração” a prefeitura ainda teria removido alguns pontos de ônibus de uma das principais avenidas da cidade (Av. Frei Serafim, local dos conflitos), aumentando ainda mais o tempo em que o usuário permanecerá no veículo e, reduzindo, ainda mais, as chances de o cidadão usufruir da integração.
O Sistema de transporte público em Teresina, segundo o relato de Álvaro Dias Feitosa e Lucas Vieira, é completamente ilegal “porque as primeiras concessões de linhas foram outorgadas há mais de 30 anos e seguem, desde então, sem licitação”. Segundo eles, o sistema é exercido através de empresas concessionárias organizadas no SETUT (Sindicato das Empresas de Transporte de Teresina), que sempre apareceu para a população como o verdadeiro órgão ‘público’ responsável pelo transporte.
Mas a história mais bizarra do processo de integração é a do cartão magnético que permitirá o acesso ao ônibus. Ele foi confeccionado pela empresa Cred Shop, administradora de cartões de crédito, pertencentes ao Grupo Claudino, que tem como um dos sócios o senador João Vicente Claudino, do PTB, mesmo partido do prefeito, .
Segundo Álvaro Dias e Lucas Vieira este cartão para a integração também funciona como um cartão de crédito. O que induz o usuário do transporte público a ser cliente da empresa de crédito da empresa do senador.
Além de sofrer com a repressão policial, o movimento tem sido criminalizado por quase toda a mídia comercial local, que atua em grupo a favor dos interesses dos empresários de transporte privado e dos grupos políticos associados a eles.
Em quase todas as matérias os que participam do movimento não são tratados como estudantes, mas como “bando de baderneiros”.
O movimento tem se organizado fundamentalmente pela internet. No twitter a hastag usada pelos estudantes tem sido a #contraoaumento.
A seguir, os endereços dos sites indicados pelo movimento para quem gostaria de acompanhar a situação dos protestos de Teresina:
Buscando dar um golpe na população e apostando que as festas de fim de ano impediriam uma mobilização, o prefeito Elmano Ferrer (PTB), assinou um decreto nos últimos dias de 2011 elevando a tarifa para R$ 2,10, em 2012, e criando a integração do transporte, antiga reivindicação do movimento social local.
Mas em Teresina a integração se limitaria a diminuir pela metade o valor da 2ª passagem e desde que ela venha a ser realizada 1 hora após o embarque no primeiro ônibus.
Além disso, segundo a própria STRANS (Superintendência de Transportes e Trânsito), a integração só aconteceria em 35% das linhas, e cada linha só poderia se “integrar” com outras linhas pré-determinadas pela prefeitura.
Por conta da “integração” a prefeitura ainda teria removido alguns pontos de ônibus de uma das principais avenidas da cidade (Av. Frei Serafim, local dos conflitos), aumentando ainda mais o tempo em que o usuário permanecerá no veículo e, reduzindo, ainda mais, as chances de o cidadão usufruir da integração.
O Sistema de transporte público em Teresina, segundo o relato de Álvaro Dias Feitosa e Lucas Vieira, é completamente ilegal “porque as primeiras concessões de linhas foram outorgadas há mais de 30 anos e seguem, desde então, sem licitação”. Segundo eles, o sistema é exercido através de empresas concessionárias organizadas no SETUT (Sindicato das Empresas de Transporte de Teresina), que sempre apareceu para a população como o verdadeiro órgão ‘público’ responsável pelo transporte.
Mas a história mais bizarra do processo de integração é a do cartão magnético que permitirá o acesso ao ônibus. Ele foi confeccionado pela empresa Cred Shop, administradora de cartões de crédito, pertencentes ao Grupo Claudino, que tem como um dos sócios o senador João Vicente Claudino, do PTB, mesmo partido do prefeito, .
Segundo Álvaro Dias e Lucas Vieira este cartão para a integração também funciona como um cartão de crédito. O que induz o usuário do transporte público a ser cliente da empresa de crédito da empresa do senador.
Além de sofrer com a repressão policial, o movimento tem sido criminalizado por quase toda a mídia comercial local, que atua em grupo a favor dos interesses dos empresários de transporte privado e dos grupos políticos associados a eles.
Em quase todas as matérias os que participam do movimento não são tratados como estudantes, mas como “bando de baderneiros”.
O movimento tem se organizado fundamentalmente pela internet. No twitter a hastag usada pelos estudantes tem sido a #contraoaumento.
A seguir, os endereços dos sites indicados pelo movimento para quem gostaria de acompanhar a situação dos protestos de Teresina:
http://180graus.com/geral/veja-o-resumo-das-manifestacoes-contraoaumento-da-semana-486577.html
http://www.contraoaumento.com/
http://chegadeaumentopi.blogspot.com/
PS: Havia,por distração, trocado o nome do ex-prefeito Silvio Mendes pelo do atual governador, Wilson Martins. Quem manda fazer post de madrugada…rs. Graças aos muitos leitores que me avisaram, o erro já está corrigido.
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