Ontem, escrevi para o blog Projeto Nacional um post mostrando como, apesar de toda a histeria da mídia, os níveis de inflação no Brasil eram muitissimo inferiores aos dos demais países da América do Sul. E como a evoluçlão do nosso salário-mínimo, apesar de ser ainda absolutamente insuficiente para que se possa dizer que ele chegou a níveis adequados, começa a nos trazer para um pouco menos distantes de outros países, daqui e da Europa.
Uma observação necessária, porque é tolice a posição ufanista de dizer que somos o máximo, como é tolice a posição de apenas ficar repetindo que ainda estamos muito mal – como estamos, é inegável – em matéria de elevar a renda do trabalhador para patamares dignos e capazes de fazer com que o Brasil desenvolva todo o seu potencial de produção, consumo e elevação da qualidade de vida.
E hoje, o jornal Brasil Econômico publica uma matéria exatamente neste sentido.
Porque a evolução econômica brasileira tem de ser considerada dentro do quadro de dificuldades. É fácil prosperar na abundância; difícil é continuarmos a fazerr isso num mundo que há quase quatro anos – em graus diversos – convive com a crise e a estagnação.
Diz a reportagem que há 10 anos, os americanos ganhavam 12 vezes mais que os brasileiros e que hoje a diferença é de quatro vezes.
O texto de Gustavo Machado, deve ser lido exatamente assim: ainda é muito, era muito mais.
“A crise internacional que atingiu as principais economias do mundo, em especial a dos Estados Unidos, está reduzindo a diferença entre o rendimento de brasileiros e americanos.
Levantamento feito pelo Brasil Econômico mostra que em 2002, por exemplo, a renda dos americanos era 13 vezes maior que a dos brasileiros.
No ano passado, essa diferença caiu para quatro vezes.
Claro que a desvalorização do dólar nos últimos anos tem um peso importante nessa base de comparação, mas ela sozinha não justifica a mudança. Entre os motivos – além do câmbio – estão a desvalorização patrimonial (com os preços dos imóveis e das ações em queda), o desemprego elevado e a inflação ascendente nos Estados Unidos.
No Brasil, acontece efeito inverso. A renda está em expansão, o desemprego é um dos menores da história e a inflação, apesar de ter fechado 2011 no teto da meta do governo (6,5%), ainda é baixa se comparada como histórico recente do país.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a renda brasileira por habitante em 2002 era de US$ 5.797. Em 2011, ela deverá avançar US$ 12.916, alta de 122,8%. E isso acontece apesar da carga tributária elevada, que no Brasil corrói o ganho dos trabalhadores em peso muito maior que o de outras nações.
Já a renda dos americanos subiu 37,6% - três vezes menos que a do brasileiro – e passou de US$ 34.995 em 2002 a US$ 48.147 no ano passado.”
Portanto, cuidado com a críticas – e muitas dleas justíssimas – feitas à política econômica brasileira. Temos, ainda, o imenso desafio – talvez o mais difícil de todos – de baixar os juros, que nos consomem quinze vezes mais recursos que o Bolsa-Família. São 5% do nosso PIB, valor comparável à Educação ou à Saúde.
2012 pode ser o ano em que começaremos a reverter esta situação monstuosa. E não esperemos que o “mercado” e seus porta-vozes assistirão silenciosos à redução desta imensa transferência de recursos da população de que são beneficiários. Tudo, rigorosamente tudo, será motivo para evitá-lo. E, frequentemente, dourarão esta pílula amarga com os argumentos da mais generosa doçura.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
Uma observação necessária, porque é tolice a posição ufanista de dizer que somos o máximo, como é tolice a posição de apenas ficar repetindo que ainda estamos muito mal – como estamos, é inegável – em matéria de elevar a renda do trabalhador para patamares dignos e capazes de fazer com que o Brasil desenvolva todo o seu potencial de produção, consumo e elevação da qualidade de vida.
E hoje, o jornal Brasil Econômico publica uma matéria exatamente neste sentido.
Porque a evolução econômica brasileira tem de ser considerada dentro do quadro de dificuldades. É fácil prosperar na abundância; difícil é continuarmos a fazerr isso num mundo que há quase quatro anos – em graus diversos – convive com a crise e a estagnação.
Diz a reportagem que há 10 anos, os americanos ganhavam 12 vezes mais que os brasileiros e que hoje a diferença é de quatro vezes.
O texto de Gustavo Machado, deve ser lido exatamente assim: ainda é muito, era muito mais.
“A crise internacional que atingiu as principais economias do mundo, em especial a dos Estados Unidos, está reduzindo a diferença entre o rendimento de brasileiros e americanos.
Levantamento feito pelo Brasil Econômico mostra que em 2002, por exemplo, a renda dos americanos era 13 vezes maior que a dos brasileiros.
No ano passado, essa diferença caiu para quatro vezes.
Claro que a desvalorização do dólar nos últimos anos tem um peso importante nessa base de comparação, mas ela sozinha não justifica a mudança. Entre os motivos – além do câmbio – estão a desvalorização patrimonial (com os preços dos imóveis e das ações em queda), o desemprego elevado e a inflação ascendente nos Estados Unidos.
No Brasil, acontece efeito inverso. A renda está em expansão, o desemprego é um dos menores da história e a inflação, apesar de ter fechado 2011 no teto da meta do governo (6,5%), ainda é baixa se comparada como histórico recente do país.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a renda brasileira por habitante em 2002 era de US$ 5.797. Em 2011, ela deverá avançar US$ 12.916, alta de 122,8%. E isso acontece apesar da carga tributária elevada, que no Brasil corrói o ganho dos trabalhadores em peso muito maior que o de outras nações.
Já a renda dos americanos subiu 37,6% - três vezes menos que a do brasileiro – e passou de US$ 34.995 em 2002 a US$ 48.147 no ano passado.”
Portanto, cuidado com a críticas – e muitas dleas justíssimas – feitas à política econômica brasileira. Temos, ainda, o imenso desafio – talvez o mais difícil de todos – de baixar os juros, que nos consomem quinze vezes mais recursos que o Bolsa-Família. São 5% do nosso PIB, valor comparável à Educação ou à Saúde.
2012 pode ser o ano em que começaremos a reverter esta situação monstuosa. E não esperemos que o “mercado” e seus porta-vozes assistirão silenciosos à redução desta imensa transferência de recursos da população de que são beneficiários. Tudo, rigorosamente tudo, será motivo para evitá-lo. E, frequentemente, dourarão esta pílula amarga com os argumentos da mais generosa doçura.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
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